Luanda - Num linguagem bastante dura, o líder da FNLA, Ngola Kabangu,  realizou uma conferencia de impressa, em Luanda, para revelar operações que dão conta do envolvimento do Presidente José Eduardo dos Santos na imposição de Lucas Ngonda como novo presidente do partido fundado por Holden Roberto.

Revelações do apadrinhamento de JES a Ngonda

 
 
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA PROFERIDA PELO PRESIDENTE DA FNLA, IRMÃO NGOLA KABANGU, DIA 8 DE FEVEREIRO DE 2012

Image1. Desde 1998 que temos vindo a denunciar a ingerência grosseira e anti-democrática do senhor José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA e Presidente da República não eleito, nos assuntos internos da FNLA.


Com efeito, tudo começa em 1998, quando o agente Lucas Mbengui Ngonda, a troco de alguns dólares, realiza um congresso ilegal, atropelando, de maneira grave e ostensiva, os estatutos e o regulamento interno do partido. Na altura, o incívico Lucas Mbengui Ngonda era secretário para a informação! Recorde-se que esse famigerado congresso foi realizado no palácio dos congressos, sede da Assembleia Nacional, com a presença do senhor Francisco Vítor Roberto de Almeida, em representação do presidente do MPLA, senhor José Eduardo dos Santos.


2. Acto contínuo, o senhor José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA, manda o vice-ministro das Finanças e o senhor Miguel Catraio, na altura director do tesouro nacional, violar a nossa conta bancária no BPC, retirando os gestores legais e oficiais da FNLA, e colocando, em seus lugares, os agentes Lucas Mbengui Ngonda, Francisco Mendes e João Nascimento.


Numa atitude das mais repugnantes, de arrogância e de prepotência, o senhor José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA, ordena o desvio ilegal, prepotente e abusivo, das nossas verbas orçamentais, em benefício dos que há muito pretendiam vender a identidade histórica e política da FNLA.


3. Prosseguindo a sua investida anti-democrática, contra a FNLA e contra o lendário Álvaro Holden Roberto, inesquecível líder histórico, o senhor José Eduardo dos Santos empossa, de maneira ilegal e arrogante, o agente Lucas Mbengui Ngonda, como membro do Conselho da República. Queremos lembrar aos presentes e à toda a sociedade, que a lei que cria o Conselho da República diz que entre outras entidades, são membros do Conselho da República os presidentes dos partidos políticos com assento parlamentar. O subversivo Lucas Mbengui Ngonda, reincidente em matéria de violação dos estatutos e do regulamento interno da FNLA, nunca foi presidente legítimo do nosso partido, nem nunca teve assento parlamentar.


Praticando todos esses actos ilegais, prepotentes e arrogantes, o senhor José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA, violou ou não a Lei dos Partidos Políticos e a lei que cria o Conselho da República? Nós pensamos que sim e, por conseguinte decidimos:


A) Denunciar e condenar, energicamente, as ingerências flagrantes do senhor José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA, nos assuntos internos da FNLA.


B) Denunciar e condenar, energicamente, as decisões confusas e tendenciosas do Tribunal Constitucional, que ao invés de aplicar a força da justiça, quer impor a força da injustiça e, por consequência, contribuir para a destruição do partido da liberdade e terra, a FNLA, mas nós resistiremos de pé, com firmeza e determinação.


C) Proclamar a resistência política e democrática generalizada, em todo o território nacional, para fazer face à conspiração urdida contra a FNLA.


D) Utilizar todos os meios e vias legais e democráticas para que os militantes, simpatizantes e amigos da grande família fnla, protestem e se manifestem contra todos aqueles que querem destruir a FNLA, para falsear a história do processo da luta de libertação nacional.


4. Prosseguir com o processo de reimplantação, em todo o território nacional, preparando assim o partido para a sua plena participação nas eleições gerais previstas para 2012.


5. Reafirmar que a FNLA é una e indivisível, sendo representada pelo presidente e a direcção, eleitos pelo congresso realizado de 20 a 22 de Dezembro de 2011. é, portanto, esta direcção que tem toda a legitimidade para apresentar as candidaturas para deputados à Assembleia Nacional. O contrário é pura subversão e manobras golpistas.
 

Dinstintos convidados,
Exm.ºs senhores representantes da comunicação social,
Minhas senhoras, meus senhores,
Eis, de maneira resumida, o que tínhamos para vos informar.
Assim, colocamo-nos à vossa inteira disposição para todo e qualquer esclarecimento.
Muito obrigado pela vossa atenção.