Bem-estar dos angolanos?

Para o vice-presidente do partido no poder – António Pitra Neto, de sua graça – os sobreditos objectivos são perfeitamente alcançáveis dentro dos prazos estabelecidos.

E, pergunto eu, que prazos estabelecidos são esses? Serão mais 33 anos de sacrifício para uns e privilégios para a maioria? Bem, talvez o partido no poder explique e explicite, tim-por-tim, os motivos, que durante estes anos todos, o levaram promover (com a arte e mestria, pois claro!) a exclusão social e económica de alguns (mas quase todos) angolanos.

Promover o desenvolvimento humano e o bem-estar dos angolanos? Que bicho terá mordido o MPLA para invocar agora, às portas das eleições legislativas, a promoção do desenvolvimento humano e o bem-estar dos angolanos? De que forma pretende fazê-lo? Gostaria que o partido no poder fizesse a fineza de mo dizer.

Tudo que se conhece dos sucessivos programas de (des) Governo do MPLA é nada mais nada menos que a exclusão social e económica, a arrogância de gostos e feitios vários e abusos (puros e duros) de vária ordem.

E, já agora, desde quando é que o MPLA preocupou-se com o bem-estar dos angolanos?

Quer dizer, até preocupa-se. Mas não com o bem-estar de todos, apenas com o de alguns, ou seja, com o dos seus proxenetas que, na maior frieza glacial e com um sorriso amarelo, apunhalam o seu peito com elogios contrafeitos.

O vice-presidente do MPLA, um homem que inspira respeito e (des) confiança, disse que os objectivos do "Programa de Governo e Manifesto Eleitoral" do partido no poder são perfeitamente alcançáveis dentro dos prazos estabelecidos.

Ora, António Pitra Neto fala como se acreditasse no "Programa de Governo e Manifesto Eleitoral do MPLA" recentemente apresentado na capital do País.

Sei segura e garantidamente que ele não acredita no que diz nem faz fé no "Programa de Governo e Manifesto Eleitoral" do partido que também
(não) dirige. E ele sabe que eu sei. Ele sabe que o Povo sabe.

* Jorge Eurico
15.07.2008