Lubango - O milho de produção nacional, colhido pelas famílias de camponeses das províncias da Huíla, Benguela, Cuanza-Sul, Huambo, Bié e Malanje está ser comprado pelo Grupo Empresarial Carrinho para reforçar a Reserva Estratégica Alimentar (REA).

Fonte: JA

O processo de aquisição, na província da Huíla, arrancou com a compra das primeiras seis mil toneladas fornecidas por 4300 famílias de camponeses sobretudo que exploram perímetro irrigado da Matala, numa cerimónia testemunhada pelo administrado municipal, Paiva Vicente.

 

O grupo empresarial comprou também cinco mil toneladas de milhos produzidos por 2800 famílias de camponeses do município de Caconda.

 

O director de Agronomia da "Carrinho Agri”, Aldemir da Silva, explicou que na província da Huíla a iniciativa abrange também o município do Lubango, num total de 10 mil famílias listadas.

 

Aldemir da Silva destacou o apoio da empresa às famílias pela empresa, consubstanciado em sementes fertilizantes, pesticidas e assistência técnicas para aumentar a produção.

Iniciativa gera grande impacto nos agricultores familiares

O agricultor Enoque António sublinhou o impacto da iniciativa no estimula da produção e na sustentabilidade da actividade agrícola praticada pelos camponeses familiares no município da Matala.

 

"Se não fosse assim venderia a um preço baixo. Agora vamos vender normalmente. Tenho certeza que será difícil o produto estragar porque temos quem vai comprar”, afirmou o camponês que vendeu duas toneladas.

 

Já António Luís, outro agricultor apostado no cultivo de cereais e hortícolas, defende a abrangência do projecto para a compra de outros produtos, porque "os camponeses estão dispostos para trabalhar mais para o país não importar mais”. Para ele, a estratégia deveria contemplar também hortícolas, tubérculos, grãos e outros para incentivar a diversificação.

 

O administrador municipal da Matala, acompanha o processo de compra há cerca de um ano, considera o projecto como uma mais-valia para os produtores da região porque recebem fertilizantes e outras técnicas para dinamizar a agricultura.

 

Paiva Vicente sublinhou que o preço de compra do milho, por exemplo, como estimulante para os camponeses aumentarem a produção e galvanizar mais jovens a apostar na produção agrícola, pois há comprador identificado.

 

"Antes praticavam a compra do milho a preços descontrolados. Agora com esta variante. Vender o milho a 130 kwanzas faz com tenham vontade para produzirem mais os fertilizantes, pois receberam suporte para calcular custo de produção e as margens de lucro aceitáveis o que vai melhorar a dieta das famílias, sobretudo, daquelas que vivem do sequeiro”, disse.

 

Revelou que, neste primeira fase, o número total de famílias camponeses contempladas nas seis províncias está estimado em cerca de 58 famílias da empresa que vai comprar um total de 100 mil toneladas de milho. Adiantou que a estimativa para o próximo ano, é atingir cerca de 150 mil agregados familiares.

 

"Isto é gratificante para todos os profissionais envolvidos. Estamos a inserir muitos jovens do país na actividade agrícola e temos sucesso nesta empreitada. Sabemos que é um desafio muito grande a inserção de todos agricultores.

 

Explicou que o projecto que, o abrange também camponeses das províncias de Benguela, Cuanza-Sul, Huambo, Bié e Malanje, visa garantir a auto-suficiência alimentar através da compra de 100 mil toneladas de milhos.

 

O director da agronomia da "Carrinho Agri” ressaltou que a agricultura é a base do desenvolvimento social e económico da aposta da empresa neste sector fundamental para a segurança alimentar.

 

"Estamos em seis províncias. O processo de compra já foi realizado no Huambo, Benguela, Cuanza-Sul e agora na Huíla. Depois será Malanje e Bié. Vamos abrir segunda fase com mais famílias. A estimativa é triplicar o número de famílias nas seis províncias”, disse.