Ndalatando – O porta-voz do Governo Provincial do Kwanza Norte (GPKN), Miguel Gaspar Manuel, mais conhecido em circulo profissional por MG, está neste preciso momento a responder, junto dos órgãos judiciais local, um processo violação sexual cuja vítima é (era) a sua secretária. Curiosamente, acção ocorreu por duas vezes consecutiva no seu próprio gabinete, localizado na cidade de Ndalatando.
Fonte: Club-k.net
A vítima de 23 anos de idade, cujo nome reserva-se, é funcionária da Direcção Provincial da Comunicação Social naquela parcela do território nacional, onde o acusado ostenta(va), também, o cargo de director provincial. O Club-k soube ainda que a mais de dois anos, o governador Henrique André Júnior, nomeia-o para acumular as funções de director da Rádio Kwanza Norte, pertencente ao grupo RNA.
Este portal soube de fontes policiais que no momento em que lhe foi atribuido o cargo, Miguel Gaspar – que também é membro do comité provincial do MPLA naquelas paragens – convidou a vítima, juntamente mais duas colegas, para fazerem parte do seu elenco tendo, posteriormente, atribuído a pasta de secretária a mesma. Está direcção funciona(va) no edifício sede daquela emissora, onde, curiosamente, decorreu os dois melindrosos actos.
A nossa fonte revelou-nos que a primeira violação ocorreu no dia 14 de Novembro do ano transacto, por volta das 14 horas, na sede da RNA local. “MG chamou-a ao seu gabinete e tentou assedia-la, mas como ela se recusou a consentir o acto, ele por raiva forçou-a”, contou a mesma fonte. Já a segunda vez, aconteceu no dia 06 de Dezembro, pelas 10 horas, quando o “ngombiri” – que é licenciado em Comunicação Social em Portugal – voltou, novamente, a utilizar o mesmo truque de mestre. “Ele chamou-a e como secretária tinha que ir atender o chefe, mas infelizmente repetiu-se o triste facto”, argumento a fonte.
Agastada com a atitude do chefe, a jovem – que previa ser casada no próximo mês de Maio do ano em curso – se demitiu das suas funções e contou o sucedido ao seu noivo que o aconselhou a formalizar uma queixa-crime, mas sem antes lhe revelar tinha cancelado o lance matrimonial. “Acho que ela não consegiu mais guardar o segredo e decidiu por a boca na trompeta”, balbuciou a fonte.
Porém, um dos familiares da jovem disse que estava tudo preparado para que em Maio próximo se efectivasse o seu matrimónio, mas contra todas as expectativas surgiu o inesperado. “Tudo o que aconteceu foi feito sem o consentimento da nossa filha, e, por isso, exigimos que se faça justiça contra o senhor Miguel Gaspar que se acha de intocável”, clamou o familiar da ofendida.
Segundo ainda a nossa fonte, a vítima só não apresentou à queixa, na primeira vez, porque estava a sofrer ameaças de morte por parte do suposto “violador”. “Quando ela apresentou a carta de demissão, MG covardemente ameaçou que lhe apertava no pescoço caso abri-se a boca”, revelou, acrescentando que “ela desesperada ao mesmo tempo frustrada, decidiu romper o silêncio”.
De acordo com as informações que acolhemos no terreno, na altura, o acusado alegava que – caso fosse denunciado pela vítima – nada lhe iria acontecer, pois que mantinha fortes laços de irmandidade com os “mandachuvas” dos órgãos judiciais locais, uma vez que era o braço direito do governador Henrique Júnior. “Disse que a menina podia se queixar onde quisesse e nada lhe aconteceriava por ser director da Comunicação Social, DG da Rádio Kwanza Norte, porta-voz do Governo e membro da Comissão Provincial Eleitoral”.
Por outro lado, uma fonte do GPKN adiantou ao Club-k que o escandalo poderá custar os títulos que violador ostentava. “Acção vergonhoso de Miguel Gaspar vai lhe custar muito caro, uma vez que ele abusou dos cargos que ocupava para sujar o bom nome do Executivo local”, avançou.
“Humilhada e com o casamento aniquilado, a jovem denunciou o caso à polícia de investigação criminal local e aos superiores hierárquicos do autor dos abusos, o jurista Henrique Júnior, José Alberto Kipungo (vice-governador para área política e social) e a ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira”, garantiu a fonte.
Por outro lado, a vítima solicita os bons ofícios das instituições de direitos humanos, nomeadamente a Associação Mãos Livres e ao Fórum de Mulheres Jornalistas para a Igualdade no Género no sentido de ser auxiliada, uma vez que se encontra traumatizada. A Procuradoria-geral da República junto a DPIC já está no encalço do acontecimento e constituiu já o processo sob o número 184/2012. Prometemos trazer, nos próximos tempos, a versão do “violador”, perdão, do acusado.