Luanda - Uma forte, crescente e sustentável economia, é o objectivo de todas as nações no mundo. Uma economia sustentável engrandece o nível de vida dos habitantes da nação, criando riquezas e postos de emprego, impulsionando assim o desenvolvimento de novos conhecimentos e aquisição de novas tecnologias e subsequentemente ajuda a criar um clima político estável, isto também implica que o processo pode ser mantido a longo-prazo, rescaldando assim que os recursos e a terra de uma nação não devem tornar-se tão degradados resultando assim em uma crise ambiental.


Fonte: Club-k.net

Nos últimos 5 anos o governo de Angola tem estado a pronunciar-se, eloquentemente na erradicação da pobreza, através do programa nacional de luta contra pobreza criando neste contesto, a expectativa de criação de postos de trabalho, construção de hospitais, escolas e habitação condignas, juntando-se ao processo de construção de infra-estruturas que decorre pelo território nacional, para assim poder então aumentar o stock de capital nacional; Que é o instrumento que reflecte o valor de mercado para o stock de meios fixos na economia, providenciando com isto um indicador importante de riqueza global.

 
No entanto, Também tem sido nos últimos 5 anos que o núcleo de economistas em Angola e no exterior, se tenham pronunciado na urgência e necessidade de Angola diversificar a sua base de produção, em outras palavras; existe uma grande preocupação pelo facto de em pleno século 21, a economia de Angola continuar a depender de produtos primários e em particular do crude, levando Angola a apresentar uma base económica muito volátil, colocando desta maneira a economia Angolana numa situação de imprevisibilidade constante. Uma real ilustração deste cenário é o facto de por inúmeras ocasiões o executivo de Angola se ver obrigado a revisar o orçamento do estado fruto das receitas acrescidas provenientes da comercialização do petróleo.


A pergunta que se coloca é a seguinte:

Como reverter esta dependência e assim poder tornar a nossa economia menos vulnerável aos choques que possam surgir no mercado internacional?


Antes no entanto seria primordial vaticinar o quão dependente do petróleo o pais infelizmente continua a ser:

No ano de 2007 o petróleo foi responsável por 83% do PIB em termos de receitas, e foi a principal fonte de obtenção de receitas estrangeira, com 95% das exportações a serem atribuídas ao crude, em 2008 as receitas governamentais constituída em 83% foram provenientes do petróleo, a indústria petrolífera cresceu de forma substancial, de 820 mil barris por dia em 2002 para 1.940 mil barris por dia com receitas que variaram de $13.3 bilhões para $80.97 bilhões no mesmo período de 2002-2008. Em termos de produtividade, que é um indicador muito importante na hora de se medir a dependência ao petróleo, consta que em 2003 o sector da indústria e de serviços empregaram combinadamente 15% Da mão-de-obra disponível ou activa, tendo cabido ao sector da indústria 7% e ao sector de serviço 8%, no entanto, o mais chocante é que o sector da agricultura empregou 85% da mão-de-obra activa (a não incluir aqui a mão de obra do mercado informal). Consequentemente ao se fazer uma análise mais profunda do PIB por sectores, em 2007, constatou-se que a indústria petrolífera e de gás, foram as que mais contribuirão com 56% do PIB, seguido da agricultura com 8%, serviços com 7% e finalmente a manufactureira com apenas 5%.
 

Apesar de que desde 2006, o sector nao-petrolifero ter suprasado o sector petrolífero(em termos de ocupação laboral), no entanto continua a ser o sector petrolífero a contribuir mais para os cofres do estado, do que o sector nao-petrolifero. Isto e compreensível por dois grandes factores essenciais; Por um lado, apesar do sector-nao petrolífero ter vindo a crescer de maneira faseada, isto não e traduzido em maiores ganho em relação ao sector petrolífero no que concerne aos impostos arrecadados pelo governo. As razoes para tais resultados residem no facto de os retornos provenientes dos investimentos no sector nao-petrolifero ainda não estarem a acontecer a 100% adicionado do facto de este sector ainda apresentar algumas ineficiência Um exemplo evidente pode-se espelhar na agricultura, em que os preços no mercado internacional muitas vezes não estarem em consonância com as expectativas. Já o sector petrolífero, tem desfrutado de uma estabilidade de preços, que variam em média entre $65 a $100 por barris desde 2008.


O governo de Angola esta mais do que preocupado com a posição económica que o nosso pais apresenta, nesta conjuntura, o governo tem aprovado uma serie de documentos legais, para então assim poder levar acabo todos os projectos e programas que possam elevar o nível de vida do cidadão a outros patamares. 


O que fazer então?

Mudança na origem sectorial de produção e a sofisticação dos métodos de produção.
 
E necessária uma transacção faseada, da agricultura para o sector da manufactureira e subsequentemente para o sector de serviço como o ponto ultimato do processo de diversificação, Também e necessário dizer-se que antes que estas transacções intersectorial possam ter lugar e necessário que esses sectores possam crescer ate ao ponto de maturidade, só assim e que uma transacção efectiva pode ter os resultados preconizados.


O primeiro passo rumo a obtenção de uma economia diversificada, já foi e continua a ser alcançada em Angola, o crescimento económico; tem sido um facto e ele permite que mais postos de trabalho sejam criados, e havendo mais postos de trabalho aumenta de maneira substancial a prospecção de consumo domestica. Encetando-se de seguida mudanças na preferência de consumo, menos alimentação será demandada e mais produtos manufacturados seriam requisitados, obrigando assim um maior investimento sobre o sector de manufacturação.


De referir que presentemente em Angola só é ainda possível aplicar-se a teoria de crescimento Endógenos; porque o governo ainda representa um papel muito relevante no processo de crescimento económico, ou seja as mudanças na política Governamentais podem influenciar na taxa de crescimento de forma permanente. Um exemplo muito peculiar deste quadro, é o simples facto de que continua a ser, o governo a maior entidade empregadora no pais, havendo no entanto uma crescente intenção do executivo de Angola para que num futuro este quadro se possa inverter e assim deverá ser o mercado a ditar as rédeas da economia Angolana. Precedente disto, alcançaremos um crescimento económico exógeno, onde o crescimento do output per capita só será possível com mudanças tecnológicas e aqui sim caberá aos privados e não ao governo na busca de novas tecnologias e inovação das mesmas, caberá ao governo o papel de incentivar e estimular com investimentos e orçamentos direccionados a pesquisa e desenvolvimento.


Este processo vai obrigar o pais a produzir tais produtos domesticamente e inevitavelmente uma política proteccionista de industrialização terá de ser aplicada. Através do processo de substituição da importação, Angola sai a ganhar na criação de novas industrias e muito mais ainda se o objectivo da substituição da importação for direccionado para a exportação de eventuais produtos produzidos localmente, ou seja, no computo global as industrias criadas para tal devem ter o objectivo não só de suprir o mercado interno mas também devem estar virados para o mercado internacional. Esta política de substituição da importação deve começar privilegiadamente com a produção daqueles produtos da qual Angola apresenta uma vantagem comparativa, e deve ser na agricultura e naqueles produtos da qual Angola já produzia e exportava de forma eficiente antes da independência, que devemos basear o nosso processo de diversificação e com o tempo engajarmo-nos na produção de uma variedade mais ampla de produtos manufacturados mais sofisticados.


De realçar que antes da independência, Angola produzia e exportava de modo eficiente; derivados do petróleo como: Pinéus de viaturas, reservatórios de plásticos (garrafas e bidões etc.), também a indústria têxtil e a de calcados exportavam produtos de alta qualidade.

 
Na última década da ocupação colonial, Angola era considerada como um dos maiores exportadores de produtos agrícolas em África Produzia-se desde o sinzal ao algodão quantidades relevantes, hoje será necessário praticar-se uma agricultura mecanizada e acima de tudo processadora.


De princípio este processo de substituição de importação, obrigara o governo a restringir a importação de bens relacionados com as novas indústrias criadas, impondo altas tarifas e quotas a estes produtos, para assim poder proteger as indústrias infantis até a sua maturidade e no processo angariar mais fundos para o cofre do estado.

 
Em termos comerciais Angola vai obter ganhos excepcionais, uma vez que isto vai atrair um maior número de investidores estrangeiros que assim Poderão transferir para Angola novas tecnologias e mão-de-obra altamente qualificada, que deve servir de treino a mão-de-obra nacional. Para tal e necessário que certos incentivos sejam aplicados, tais como inserção fiscal por um período determinado. O défice comercial poderá ser invertido em superavit, já que as exportações podem superar as importações.


Com a importação de novas tecnologias para o pais, isto vai possibilitar que o crescimento económico continue a obter o mesmo ganho percentuais e quiçais maiores, porque a teoria de crescimento económico estabelece:
 
Se existir novas tecnologias, então, a taxa de retorno do capital também haverá de incrementar, desta maneira mais capital será acumulado. De relembrar que a longo-prazo a acumulação de capital nos há-de levar inevitavelmente ao fenómeno de retorno diminutivo, ou seja a taxa de retorno em relação ao capital vai decair. Só um aumento na proporção de investimento em tecnologia e mais importante ainda no capital humano, permitira um aumento e qualidade da forca laboral e uma mudança estrutural na base de produção da agricultura para a manufactura e com ela o aumento da produtividade.


A forca motriz por detrás destes investimentos terá de ser maquinada por uma base forte de créditos direccionados a estes propósitos Para tal será primordial a existência de um sistema financeiro capaz de acudir tamanha envergadura.


O governo deve  criar incentivos para que o cidadão passe a ter uma pratica de poupança,  sendo o governo a dar exemplos palpáveis mediante um superavit no seu orçamento.
O principal papel no que consta a elevação dos níveis de poupança recai para as instituições financeira e em particular os bancos de investimentos, a atrair mais poupanças, através dos instrumentos de marketing existente. Os bancos devem prestar mais atenção a componente poupança Cabendo apenas ao governo o papel de regulador(através das taxas de juros impostas pelo banco central, as taxas de juros a ser praticada entre os bancos) sobre as taxas de juros a serem aplicadas. Com uma taxa de juro acessível, os investimentos atingiriam índices elevadíssimos.

 
O objectivo da diversificação da economia é precisamente o alcance do desenvolvimento económico Só se pode falar em desenvolvimento económico quando o índice de analfabetismo diminuir de forma drástica e o acesso a saúde de qualidade, estiver ao alcance de todos, acompanhado de um rendimento per capita crescente. Transformando assim a população Angolana numa população; educada, saudável e rica, onde a taxa de mortalidade materno-infantil vai diminuir, a esperança de vida da população aumentara, menos alunos fora do sistema de ensino, e o poder de compra do cidadão aumentara.


Sugestão:

No rescaldo do tema aqui abordado, e tendo em consideração que o petróleo continuara a ser por mais alguns anos a principal fonte de riqueza, devemos alertar, que o mercado do crude, confronta-se com atitudes especulativas, susceptíveis de impulsionar os preços no mercado, acrescido das constantes alterações cambiais na relação entre o Dólar e o Euro, contribuindo para o aumento dos preços do petróleo No entanto basta apenas um desastre natural na medida dos recentes acontecimentos no Japão, para que os preços registem um recuo, resta apenas tecer aqui algumas sugestões:

- Criação de um fundo social e um fundo de riqueza soberano, proveniente dos lucros do petróleo e investindo tal capital no estrangeiro, isolando desta forma o pais de eventuais choque na mudança do preço do petróleo e removendo também o excesso de liquidez na economia Angolana.
 
-Investir de maneira árdua na saúde e na educação, atribuindo dentro de um período de 10 anos 60% das despesas governamental a estes dois sectores sugestões.

-Tornar o pais mais atractivo ao investimento estrangeiro, de preferência obter relações comerciais com países dotados com altas tecnologias, com o propósito não só de instalarem as suas industrias no pais mas, sobretudo, transferindo de forma continua novas tecnologias para o pais, e desta feita os seus quadros altamente qualificados, transmitirem o seu “know-how” a mão-de-obra Angolana, através de treinos, e etc.
 
-Distribuir de maneira proporcional o investimento por todo pais, evitando assim uma proporção de investimentos mais concentrada na parte litoral do pais, que tenham causado assimetria entre as regiões do pais. Assim o fazendo, será desmantelado a actual posição demográfica do pais, em que mais de 60% da população de Angola vive no litoral do pais, e no processo será travando o crescente êxodo rural actualmente existente.
 
-Pequenos mercados; devem aumentar e ser modernizados.

-Maior acesso ao credito, para as pequenas e medias empresas

-Sector privado; deve ser mais competente e não depender do governo.

-Os quadros Angolanos devem ser mais valorizados e direccionados para as áreas de competências, ou seja cada quadro deve ser enquadrado na sua área de formação, para evitar a problemática de ter quadros fora da sua zona de conforto, criando assim ineficiências na produtividade.
 
-A aplicação continua da lei da probidade publica, para diminuir o índice de corrupção, que se não mais nada proporciona do que desviar fundos que estavam direccionados ao aumento de nível de vida do cidadão Prova recente foi a recente desaceleração, registada no desenvolvimento económico de Angola, em que o IDH se registou em 0.403.

 
QUE DEUS  ABENÇOE ANGOLA!