Lisboa -  Manuel Vicente defende, em privado, o desaparecimento do MCS-Ministério da Comunicação Social da estrutura do Governo a constituir no seguimento das próximas elições, argumentando que o Estado deve transferir as suas competências directas no sector para uma entidade reguladora, com estatuto independente.


Fonte: AM

Quer extinção deste ministério

A posição de Vicente vai ao encontro de consideração/expectativas segundo as quais a mais aberta visão que lhe é reconhecida em relação a questões políticas e sociais, em geral, tenderá a dar lugar a transformações no país e no modelo do Estado caso ascenda, como se prevê, ao cargo de Vice Presidente.


Uma confirmação plena de tal cenário depende, porém, do que vier a ser, de facto, a capacidade que Vicente, na sua qualidade de Vice Presidente, vier a ter para influenciar decisões que até agora José Eduardo dos Santos (JES) reservava a si própróprio, não havendo ainda a certeza de que venha a prescindir das mesmas.


Vicente vê vantagens políticas num modelo que nominalmente afaste o Estado do controlo directo da comunicação social – uma das quais é a de condicionar a propensão para recorrentes acusações, internas e externas, de ingerência do regime e do MPLA no sector. O modelo que preconiza inspira-se nos de Portugal e Moçambique.


A boa imagem de que M Vicente goza em sectores influentes da sociedade é considerada reflexo da linha relativamente benevolente que os media observam na abordagem de assuntos de que ele é o sujeito – nos planos pessoal e institucional. Mesmo no estrangeiro, Portugal em especial, Vicente goza do benefício da “boa imprensa”.