Luanda - O partido no poder em Angola organizará uma contramanifestação se a UNITA sair à rua no próximo dia 25, a seis dias das eleições gerais, disse hoje à Lusa o 1.º secretário provincial do MPLA em Luanda.
Fonte: Lusa
"Se eles quiserem fazer uma manifestação, nós vamos fazer uma contramanifestação. Uma manifestação para eles verem a grande força do povo angolano", disse Bento Francisco Bento, que falou à Lusa no início de uma passeata organizada hoje na capital pela Organização da Mulher Angolana (OMA), estrutura feminina do partido no poder.
Bento Bento referia-se à anunciada manifestação da UNITA para 25 de agosto, em protesto contra a forma como a Comissão Nacional Eleitoral está a organizar o escrutínio, que considera em violação da Constituição e da Lei Eleitoral.
O anúncio da manifestação do partido do "Galo Negro" é o corolário das críticas que o partido liderado por Isaías Samakuva tem vindo a fazer relativamente à organização do processo eleitoral, tendo divulgado uma declaração em que considera não estarem reunidas as condições básicas para a realização de eleições livres, justas, transparentes e credíveis.
Nas recentes declarações à Lusa, Bento Bento disse que já leu a declaração da UNITA.
"Estive a ler a declaração. Estive a ler as ameaças. Não passam mesmo de puras ameaças", considerou.
Apesar da "tranquilidade" no seio do MPLA face ao pronunciamento da UNITA, Bento Bento deixou um aviso: "Estamos tranquilos, mas eles que não se excedam, porque senão o MPLA será obrigado a mostrar mais uma vez que se eles querem fazer um levantamento nacional - que não será nacional, o do MPLA, sim, será nacional -, para de uma vez por todas mostrar a essas forças políticas que o MPLA é o povo e o povo é o MPLA".
"É desespero. Depois de terem corrido o país chegam à conclusão que não conseguem fazer comícios nem concentrações de massas iguais às do MPLA. Estão desesperados, mas esta mentira, esta trama, será desmascarada a seu tempo", vincou.
Quanto às críticas que a UNITA tem vindo a fazer contra a CNE, Bento Bento desvalorizou-as, considerando que o processo eleitoral está a ser organizado com "lisura".
"Aliás, a direção do MPLA e o Governo foram cedendo, cedendo, cedendo, inclusive na minha opinião nem deviam", defendeu.
A passeata que partiu da Praia do Bispo, junto à marginal de Luanda, percorreu toda a cidade e termina com um ato político na Cidadela, tendo nela participado milhares de pessoas, que participaram em autocarros, carros e motas.
Sobre esta iniciativa, promovida pela OMA como sinal de "encorajamento e de apoio" a José Eduardo dos Santos "pela dedicação" deste "à causa da mulher angolana", Bento Bento destacou a "forte presença de mulheres nas listas e nos órgãos de decisão em angola", gov e parlamento.
"Sem as mulheres não haverá desenvolvimento em Angola", concluiu.