Luanda – Rogério Saraiva, é um oficial general da Casa Militar da Presidência da República, especialista em ciências da computação. É desconhecido do grande público, porém, em meios restritos do regime é notabilizado como o responsável dos 81% atribuídos ao MPLA nas eleições de 2008. Na altura ostentava a patente de brigadeiro.
Fonte: Club-k.net
Tem descendência portuguesa, mas sempre esteve presente em Angola. Estudou no então Instituto Karl Marx (hoje Makarenko), para mais tarde se especializar no exterior do país em ciências da computação. A reputação de ser “expert” em matéria de informática acrescida ao factor de ser quadro da Casa Militar da PR, levou com que fosse reencaminhado, nas véspera das eleições de 2008, para José Eduardo dos Santos, que na altura precisava de alguém com o seu perfil.
JES denotava inseguro, mas ao mesmo tempo pensava num parlamento com maioria absoluta para fazer passar uma constituição que lhe pode-se salvaguardar politicamente. Optou por jogar no seguro e o engenheiro Rogério Saraiva, que na altura ostentava a patente de brigadeiro, seria a figura que lhe asseguraria uma avantajada vitória.
Dois meses antes do pleito eleitoral, de 2008, JES colocou-lhe na Comissão Nacional Eleitoral como consultor do então Presidente Caetano de Sousa. É referenciado como muito discreto e quase que não se dirige a ninguém. Porém, atribuem lhe um atrito, que o levou a incompatibilizou-se com o então director do departamento de tecnologia de informação, Francisco Domingos que por sua “culpa” saiu do cargo para ser substituído por Fernando Ceita.
Rogério Saraiva trabalhou no centro de escrutínio eleitoral manejando , pela via informática, a percentagens dos votos. Tinha um trabalho a seu favor que dificilmente seria contrariado. As autoridades naquele ano realizaram eleições sem cadernos eleitorais, e não entregaram actas aos delegados de lista, o que tornou um ambiente que dificultaria a confrontação dos resultados lançados pelo centro de escrutínios em relação aos dos boletins de voto.
Em 2008, este engenheiro tinha sobre sua alçada um centro de dados internamente chamado por PDF, situado perto do Bingo em Luanda. O mesmo interagia com uma rede de Consórcio Técnico Eleitoral dirigida superiormente pelo Centro de Estudos Estratégicos de Angola ao qual fazia parte o general Mário Cirilo de Sá «Ita», o Coronel Correia de Barros e o Tenente General Felisberto Njele, antigos quadros da Inteligência Militar.
Através de fugas de informação o envolvimento do engenheiro Rogério Saraiva nas eleições foi denunciado no chamado livro branco das eleições de 2008, lançado pelo Instituto de Desenvolvimento e Democracia. As autoridades nunca negaram o envolvimento do mesmo na feitura dos resultados das eleições daquele ano.
Rogério Saraiva , voltou a ser chamado para trabalhar nas eleições de 2012. Para evitar reclamações sobre a participação de militares no processo ao qual a lei impede, o Presidente José Eduardo dos Santos orientou a sua passagem para à reserva para integrar a super estrutura da INDRA da logística eleitoral.
Quase que nunca é visto na CNE. Está neste momento a trabalhar no Centro do Escrutínio eleitoral, montado em Talatona onde os resultados eleitorais serão lançados. A lei eleitoral estima que o Centro do Escrutínio Eleitoral deve ter a mesma natureza que a CNE, o que corresponde a inclusão de especialistas dos partidos presentes a Assembléia Nacional e concorrentes as eleições. A CNE quando instada sobre o assunto argumenta que fez concurso público ( em violação a lei), cuja empresa vencedora é um consorcio onde perfila, o engenheiro Rogério Saraiva. É por esta razão que o tratam como o Presidente da “outra CNE”.