O mesmo jornal, a que me refiro - Semanário Angolense-, mais uma vez despertou o cidadão a indagar-se sobre os vícios que o nosso sistema governamental e estatal não consegue livrar-se desde os tempos de Agostinho Neto e Lúcio Lara. Onde tudo era tido como segredo de Estado e o mesmo Estado -por definição- agia só em função dos mesmos segredos, e que quase sempre surpreendia as grandes massas a serem governada, por suas decisões, muitas vezes arbitrárias.
Deverás pela sua atitude não seria um exagero dedicar esse artigo para elogiar o mesmo jornal. Mas deixemos os elogios para outra ocasião e de preferência vamos direto ao assunto que nos interessa. E com certeza devemos assumir que tudo o que foi dito ou noticiado pelo mesmo jornal é verdade. Longe das responsabilidades penais que se devem atribuir ou não a quem disse certa coisa ( que não devia dizer), ou a quem devia dizer a coisa certa e não disse; está o direito desse povo de ser bem informado; e acabarmos com a velha mania e arcaica de que aquilo ou isso são segredos de Estado. Até parece que o Povo não é o elemento principal desse Estado; até parece que a bem pouco tempo não foi a esse povo que andaram prometendo fundos e mundos; entre eles o combate a corrupção. E ainda, como combater a corrupção, quando o que se faz deliberadamente, se já não é a estratégia desse governo aí e daqueles que tornaram o poder um meio para alcançar os lucros que tanto ambicionam em suas vidas, é desinformar a sociedade, ou melhor, nunca informar a mesma dos atos do governo que a mesma legitimou.
Longe de se acusar a mesma imprensa de especulativa; o que, sim, devemos reconhecer é que essa especulação está bem próxima de ser uma virtude. Virtude essa que consiste em aclarar as coisas nessa nossa confusa e escura democracia. Afinal, se tudo é o mal famigerado segredo de Estado, e quem deveria informar não informa, então só resta ao bom senso, que nunca é informado, especular sobre fatos e argumentos mais do que obvio e muitas vezes evidente. Porque é talvez com essa especulação que tarde ou cedo chumbaremos essa “velha e arcaica mania” ditatorial com mascara stalinista. Onde o povo, na verdade é sempre o primeiro a ser mencionado e reverenciado para se alcançar objetivos, muitas vezes difusos, mas o último a ser informado de como e qual os procedimentos e meios foram usados para se chegar a tais conquistas ou objetivo, ou mesmo os resultados.
Ministros de Estado Ladrões ou Ladrões de Estado como Ministros numa República chamada de Angola ou mesmo mundo afora não é segredo e muito menos assustador. Já nos habituamos a isso! O que nos preocupa e nos assusta é a incapacidade desse Estado de prestar contas, ou melhor, sua capacidade de virar-se de costa para a sociedade ( ou ainda, como eles gostam de empregar a boa palavra: O Povo.). O que nos preocupa é o cinismo, o talento dessa gente de pôr tudo debaixo do tapete quando assim convém; o que nos preocupa é o silêncio, a maldição e a cegueira. Mas não aquela cegueira que caracteriza a ignorância, mas aquela produto de tanta impunidade; não a maldição do diabo ou divina, mas aquela que é produto do convencimento de que todo segredo e silêncio os levará ao êxito; o silêncio, não o silêncio de querer evitar encrencas, mas o do comodismo e do deixa andar que tudo se acertará e ninguém dar-se-á por conta dos acontecimentos.
Cinismo e talento, ou a mistura dos dois, é subornar e comprar jurados para ganhar o prêmio como o melhor profissional e tentar mostrar ao mundo que tudo está na ordem do dia. Cinismo e talento é a falta de vergonha de quem se diz ministro do governo angolano e ganhador de prêmios internacional, mas que se revelou um farsante e mau caráter ; é a falta de vergonha e descaramento quando se cria uma empresa pondo a mesma no nome da querida esposa para gerenciar a dívida pública de uma nação; e o melhor ainda, os dividendos é de dar inveja a qualquer investidor em Wall Street; afinal, 50% para o senhor Ministro e 49% por cento para a querida esposa; e um por cento, ou se sobrar, para os fundos públicos. Isso, também, é de dar inveja a qualquer negócio da China, a vantagem é que lá na China até hoje costumam fuzilar os corruptos.
Isso é o que eu chamo de inteligência Mwangolê em ação; é o sujeito “vivo” que precisa aparecer e mostrar; <<sujeito nariz empinado>> e, aparentemente, longe de todas imundices. E para provar que não é um mortal comum, se é, teve a necessidade de ir construir sua casa ( ou mais uma) em Miami Beach. Longe dos mortais a que o mesmo contribuiu com os seus artifícios para aumentar a miséria destes.
Sem mais delongas e para preencher esse vácuo de canais e meios, e até mesmo substituir sem pretensão certas publicações que deveriam informar e nunca informam. Nós do WWW.a-patria.net vimos por esse meio ratificar já o que foi anunciado. Somarmo-nos a essa turma de denunciadores, que é parte da sociedade civil, e que numa democracia de verdade não deve ser desprezada ou desvalorizada. Ao contrário, ela é tão eficiente, ou até mais, que certas instituições por aí que vivem, até, do dinheiro público para informar e mal sabem levar a verdadeira informação que esse público cansado de promessas tanto precisa. E que ainda, até hoje, vivem lidando com a síndrome dos segredos de Estado.
Assim, aquele nosso Ministro premiado ( de nome José Pedro de Morais) com todas as pombas por ser o melhor Ministro de Economia ( ou Finanças) do continente - e o seu vice- são uns Ladra. Por isso, fiquem de olho quando os mesmos estiverem passando perto de alguém ( ou de todos vocês). –Cuidem das vossas carteiras!
Fonte: Nelo de Carvalho, WWW.a-patria.net