Luanda   - Apesar do surgimento em Angola dos então Movimentos de Libertação Nacional, a FNLA, o MPLA e UNITA a sua introdução no cenário politico internacional bem como o seu envolvimento sequencial na guerra de guerrilha empreendida pelos três movimentos nacionalistas contra o regime colonial fascista portugês, Angola somente logrou sair da égide colonialista atravéz do beneficio alcançado que resultou do golpe de estado protagonizado pelo movimento das forças armadas portuguesas do dia 25 Abril de 1974.


Fonte: Club-k.net

 Nessa altura os Capitães de Abril e o Partido comunista em Portugal não aceitaram o referendo, e essa situação anómala não permetiu que a independência de Angola decorresse como havia sido estabelecido nos acordos alcançados em Bissece e no Alvôr (algarve) pelos três movimentos de libertação mais Portugal, na qual, a independencia de Angola deveria acontecer pacificamente decorrente de eleições livres, justas e democráticas, o mesmo se passaria com as então provincias ultramarinas do Portugal colonial como Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

REFLEXÃO

A saída abrupta dos colonialistas portugueses de Angola, não proporcionou uma preparação adequada para que os angolanos caminhassem em harmonia rumo à democratização do país, pois os movimentos internos e as suas lideranças na altura se preocuparam mais em conquistarem o poder em Angola unilateralmente pela via armada (GUERRA CÍVIL). Sem falsos moralismos ou doentios saudosismos, posso afirmar com segurança que a classe politica da época ao invés de se preocuparem em dar continuidade às politicas que sustentavam a economia de (prosperidade) da Angola colonial preferiram abraçar a via da confrontação militar entre irmãos como forma de adquirir o poder.

Naquela altura foram depositadas esperanças de liberdade e prosperidade, mas a ganância e a cede pelo poder dos lideres levaram Angola à guerra civil e mesmo saindo do colonialismo, nunca se pensou que este povo seria deixado ao abandono por aqueles que um dia juraram lutar pela sua liberdade e pela igualdade de seus direitos.

Nos dias de hoje, o povo passa por diversas carências para conseguir sobreviver, pois desde a sua ilusória emancipação nos anos idos de 1975, os três segmentos nascidos no próprio grito de liberdade passaram a buscar a qualquer custo o poder absoluto, deixando que as pessoas fossem meros objetos de desuso e descarte para alcançar o objetivo de permanecerem no comando do país.

Quando se fala do passado ninguém quer lembrar-se das figuras ilustres que fizeram parte desta história, mas no contexto geral, eram pessoas de garra e de luta como o Dr. Antônio Agostinho Neto, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, o mais velho Holden Roberto e o um pouco mais tarde o comandante Alves Bernardo Baptista (NITO ALVES), esses homens não se deixavam levar pelo medo e nem pelo cabresto que hoje é imposto a todos.

Hoje atravessamos um impasse onde à maioria quase que absoluta, excetuando-se os adeptos que estão pendurados a atual administração, desejam que José Eduardo saia do poder, mas ninguém tem peito para enfrentá-lo e afasta-lo da presidência do país, sobretudo os membros da direção atual do MPLA onde todos a muito prescindiram do direito de um dia sequer sonhar serem lideres do partido eternamente chefiado pelo querido e amado deus presidente JES.

Todos querem que José Eduardo desapareça, mas ninguém tem a capacidade de fazer com que ele suma.

Todos querem que a situação hoje imposta ao país mude, mas ninguém tem a capacidade de mostrar o caminho para que estas mudanças aconteçam inclusive (EU), pois faço parte de todo este contexto.

Dai vem à pergunta, “O que fazer e como fazer” para que as mudanças desejadas se operem na nossa terra angolana?

É um questionamento hilariante que todos buscam e não conseguimos alcançar a solução por um único motivo, não sabemos por onde e nem como começar.

Traçar um caminho para que um país se torne uma verdadeira nação e que um povo comece a amar patrioticamente este país carece que sejam regidos por leis próprias aplicadas e respeitadas por todos e, no entanto somos regidos por leis que favorecem apenas a um segmento de indivíduos que detém a posse do poder.

Por outro lado, quem esta no comando deste segmento, ao produzir riquezas, o faz apenas para um reduto elitizado e de forma egocêntrica, sem nunca procurar atender as necessidades e anseios do povo, transformando o governo e o partido que o sustenta num partido regido por cidadãos descendentes de imigrantes de origens diversas e não genuínos angolanos, o que se torna inadmissível para um povo cujo seu país e as suas vidas são regidas por pessoas que não pertencem a nenhuma das etnias do povo autóctone natural de angola.

 Quando somos pequenos e o nosso inimigo gigantesco, temos que estudar meios que consigam corroer as suas bases, pois a história relata que todo gigante possui apenas a força para impor-se, mas vem a minha mente o ensinamento que adquiri dos muitos pronunciamentos públicos do côta M’BIMBI onde afirmou que para sermos uma verdadeira nação temos também que possuir todos os mesmos desejos de liberdade e lutar todos as mesmas lutas, citação dita por outras palavras é claro.

E como podemos corroer essas bases, se uma pequena fatia eletiva da população participante deste poder é escrupulosamente condizente com tudo o que acontece de mal em Angola?  E é claro que esse reduzido grupo de pessoas afetos ao poder JESSEANO não quer que a situação mude de rumo, assim como os nacionais também os estrangeiros e os filhos dos imigrantes que participam ativamente na desastrosa administração do país no lugar dos angolanos genuínos não pretendem de modo algum mudanças na forma de atuação do governo de JES.

A hipocrisia da situação reside em lutarmos pela retirada de José Eduardo dos Santos para que outro venha a comandar o país de igual modo ou ainda pior?

O mal é erradicado de tal forma que, “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. O que fazer então?

Seria muito imaginar que um grupo de homens respeitáveis, com valores éticos avultados, guardassem dentro de si forças para mudar o quadro que se apresenta no país, de uma forma simples e clara onde todos um dia acordariam e, de comum acordo, simplesmente parariam com o que esta acontecer na nossa Angola.

Sim, sem hipocrisia é pedir que um milagre acontecesse em Angola para que homens sem o intuito de angariar poder ou acumular bens materiais viessem por algum motivo respirar o ar do nacionalismo e ou do patriotismo verdadeiro?

Mas apesar de tudo, ainda não consegui buscar conhecimento para responder a simples pergunta de “O QUE FAZER E COMO FAZER”. Afinal precisamos ou não em conjunto um dia resolver difinitivamente esta questão? É uma pergunte que aqui deixo a todos angolanos interessados.

Creio ser necessário que nos unamos para resolvermos essa questão, pois a responsabilidade deve cair sobre todo o cidadão angolano e não se admite a covardia de se esconder como acontece na grande maioria do pequeno grupo de pessoas que corroboram com a falência do país.

Tenho certeza quando afirmo que a corda esta cada vez mais esticada e que a qualquer momento poderá partir-se e, quando isto acontecer temo em reconhecer que se não estivermos preparados como aconteceu na altura da nossa libertação do colonialismo, não teremos um líder capaz de nos mostrar o caminho.

Busco pelos homens, mulheres e jovens deste país e pergunto o que estamos a espera para traçar o caminho libertador e garantir um futuro melhor para Angola e para os angolanos naturais?

Raul Diniz