Lisboa – Foi um dos jovens, que ao lado de quadros policias (da linha de Divaldo Martins, Diogo e Jorge Bengue) as autoridades angolanas investiram na sua formação no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna de Lisboa, a alguns anos atrás.
Fonte: Club-k.net
O rosto da repressão na corporação
Na capital Lisboeta, Francisco Baptista Notícia, de 36 anos de idade, viveu na Linha de Cintra e era descrito como um jovem sereno. Dentro do “grupo de Lisboa” da Policia Angola, ele acabaria por se tornar na decepção dos que acompanharam a sua carreira ao associar-se a grupo de praticas que pouco dignificam a polícia nacional angolana. Francisco Notícia estava colocado como comandante interino do Município de Viana, quando ocorreram aos assassinatos de Joãozinho e Mizalaque, que deram lugar ao julgamento do “caso Quim Ribeiro”. (O titular do posto de Viena era o superintendente Augusto Viana Mateus e encontrava-se em Cuba de ferias).
Por razões, até agora desconhecidas, ele nunca foi chamado para depor sobre os assassinatos praticados pelos oficiais sob seu comando, porém, acabaria por ser brindado com o cargo de comandante da divisão da policia no Município do Sambizanga, que agora ocupa.
Para além deste caso, ele ficou com a reputação menos boa por associarem-lhe a um esquema de apropriação de um terreno por detrás da Universidade Tecnica de Angola (UTANGA), no município de Viana ao tempo que foi o segundo comandante. Desde então passou a ser jocosamente tratado pela população como o comandante conotado ao “esquadrão da morte” .
As autoridades gostam dele, por se mostrar disponível sempre que há ações de repressão contra a população, mas por outro lado peca por denunciar os seus superiores. Em Julho de 2012, embaraçou o então Ministro do Interior , Sebastião Martins numa altura em que aquele governante procurava desmarcar-se das praticas de repressão que marcaram o seu consulado. Francisco Noticia, manteve algemado, o jovem Pedro Malembe por quatro horas, com as mãos a inflamar após os seus homens terem fortemente espancado o rapaz (acompanhar os vídeos em anexo). A agressão aconteceu na presença de jornalistas da TPA e RNA que estavam no local mas que entretanto não fizeram registro magnético do comportamento do comandante da polícia mas relataram nos seus círculos a forma desumana que Francisco Noticia tratou os detidos que iam se juntar a uma manifestação pacifica.
Esta semana voltou a ser chamado pelas autoridades para uma acção de repressão idêntica. O comandante do Rangel que seria a entidade mais próxima da circuncisão do largo do Primeiro de Maio ou do cemitério da Sant`Ana foram preteridos para tal operação ao qual o regime optou por chamar Francisco Noticia do Sambizanga para por termo a uma manifestação previamente comunicada ao governo para contestar o desaparecimento, a 27 de Maio passado, Isaías Cassule e António Alves Kamulingue. Os seus homens agrediram e prenderam os jovens antes da manifestação se realizar. O mesmo alegou que estaria a cumprir ordens do governo de Luanda, chefiado por Bento Francisco Bento.
Quem já se mostrou indignada com a conduta desde jovem oficial da policia é a comandante de Luanda, Elisabeth Franque “Bety” mas pouco faz ou age para por termos sobre as praticas que associam Francisco Notícia, ao esquadrão da morte.
Uma irmã, sua presentemente em Portugal mostra-se também preocupada por o ver envolvido em diligências que mancham não só a família, como a imagem do país.