Lisboa - O sentido de embaraço que inicialmente se verificou nos magistrados do Ministério Público de Angola que acompanham o dossiêr do suposto falso filho do Presidente José Eduardo Dos Santos, terá sido, em função da posição do jovem - na fase de instrução - de exigir a realização de um teste de DNA, para pôr o assunto a limpo.
Fonte: Club-k.net
Questionado sobre quem era o seu pai, Paulo Denílson Feijó Luís teria transmitido aos instrutores do processo que o seu progenitor era o que estava no Bilhete de Identidade que se fazia apresentar.
Fez também crer que a sua mãe (Maria Beatriz de Carvalho Feijó) sabe de que ele é filho, mas que se manteve em silêncio estes anos todos por alegados sentimentos de “covardia”.
Em circunstâncias normais, segundo pareceres, o Tribunal Provincial de Luanda teria de enviar uma equipa de técnicos da saúde acompanhado de um oficial judicial ao palácio presidencial a fim de recolher as amostras de sangue de José Eduardo dos Santos, para de seguida comparar ao DNA de Paulo Anderson Feijó Luís que reclama a suposta paternidade.
A insistência de Paulo Anderson Feijó Luís em desafiar a realização de um teste de DNA, e o facto de os instrutores do processo terem notado que o mesmo tinha de facto ligações com pessoas próximas, ou do convívio da família do Presidente da República, fez com que o rumo do processo fosse alterado naquilo que alguns observadores passaram a designar de “vícios”. Ou melhor, os procuradores adoptaram uma postura que se alega ter sido em função do pedido de DNA do jovem.
Factos que denotam que o processo foi alterado em função das ameaças de exames de DNA:
- Em Março passado, o Tribunal Provincial de Luanda mandou devolver o processo por insuficiência de provas;
- O Procurador Deodato de Jesus que inicialmente tinha o processo em mão, foi afastado e substituído por uma magistrada;
- Nos autos datado de 13 de Maio, o jovem Paulo Anderson Feijó foi apresentado como se tivesse sido vítima de uma rede de empresários que o usaram para fins de vantagens comerciais junto aos bancos.
- A PGR não cita nos autos que o empréstimo milionário que o BPC concedeu a rede de Paulo Feijó Luís, foi facilitado em nome de uma empresa TEC-DREAM, na qual figura Avelino Eduardo dos Santos, o irmão mais velho do PR, como administrador. Os documentos relacionados este assunto, desapareceram do processo.
- Escusaram-se de citar no processo que Joel Guilherme Muxinda, o empresário que esteve a apoiar o “falso filho de JES” é próximo a família presidencial por via do casamento com Madalena dos Santos Victoriano, uma neta do patriarca Avelino Eduardo dos Santos.
JES quer julgamento
De acordo com conhecimento a PGR teria informado ao Presidente da República sobre o caso do falso filho, tendo este manifestado em ver o caso a prosseguir em Tribunal para as devidas responsabilidades.
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