Brasil - Savimbi tornou-se a fraude com que muitos dos nossos compatriotas  terão que aprender  a lidar, às vezes,  mais por mal do que por bem, infelizmente. É a miséria da história de um povo, é a cultura da miséria, o contrário também pode ser, - a  miséria da cultura ou a história da miséria. É o ponto crítico, no caso, o mais baixo possível  que uma cultura e um povo podem alcançar.  Savimbi embargou  para o além e com isso deixou em paz  milhões de seres humanos que amam a vida e  o progresso. Savimbi é possivelmente um desses homens  que nunca se deu o trabalho de oferecer  flores  à uma mulher  ou à uma criança. Mas  é forçosamente venerado, até  por quem se considera intelectual de alto nível.

 -A  imundice  está a venda!

Fingir que Savimbi foi um herói e que o povo angolano ou alguns angolanos sentem a sua perdida equivale a dar razão e justificar   a toda  podridão em que hoje o país atravessa, incluindo a própria corrupção. Afinal,  ele  e os seus seguidores  têm meia culpa, se não toda, daquilo que estamos atravessando hoje.

Os militantes da UNITA, entre eles o Senhor  Isaias Samakuva,  deveriam pensar   e reconhecer que não se  reconstrói um país  venerando-se anti-heróis, usando um discurso enganador, forçado. E que toda veneração a Jonas Savimbi continua sendo  um ato de guerra, uma declaração de guerra  contra a nação e os angolanos.  Venerar Savimbi  e considerar suas atitudes macabras  como algo glorificante da história de Angola,  é, além de tudo,  pôr  a paz  em perigo, propor um ato de vingança   contra aqueles que de maneira heróica  e com todo sacrifício  conseguiram desencravar um ciclo vicioso  na historia da Angola: uma guerra interminável, sem causa, induzida pela vaidade pessoal de quem não escutava conselhos   nem se quer  dos seres mais próximos, que supostamente amava.

A morte de Savimbi não pode ser visto nem se quer como uma perdida para a UNITA, como cinicamente expressou-se Isaias Samakuva, e muito menos para Angola ou a África. Os Angolanos não engolirão  isso nem daqui a 500 anos, quanto mais agora em que as feridas da guerra ainda estão fresca. A prova disso é a redução drástica  da bancada da UNITA, e até de outros partidos, que vivem fazendo apologia e apoiando as últimas  ações de Savimbi,  como a ação de um patriota inconformado. O cenário político Angolano no presente e até mesmo no futuro não precisará  do fantasma de Jonas Savimbi, que não deixa em paz  e continua assombrando como um zumbi  a mentalidade de seus seguidores. E que estes acreditam que o resto da população Angolana deve engolir. Nem os Angolanos em  geral, nem o MPLA, nem o Estado e o Governo que aí está vão cometer esse erro desastroso. Savimbi é um  caso a ser enterrado para sempre, Savimbi era o problema, e o problema foi resolvido. Assim, têm razão os meios de difusão Estatal em não darem nenhuma cobertura  a esse famigerado evento. É preciso convencer-se  de uma vez para sempre, quer as gerações do presente como as futuras gerações, que Savimbi foi  um desastre na História de Angola. E que quem continua a defender o mesmo não deseja a Paz para os Angolanos, não deseja a harmonia, o amor e  os bons  costumes. Quem continua a defender o mesmo  é porque não está arrependido dos crimes que andou cometendo. É preciso contar a história verdadeiramente como ela é  e evitar  que milhões de pessoas  vivam em função da fraude e do engano.  A glorificação a Jonas Savimbi de maneira incorreta e estúpida, evitando os fatos verídicos,   não nos levará   à nada, que não seja ao ódio, à estupidez  e  à ignorância.É preciso  entendermos  de uma vez para sempre que Angola e os Angolanos não devem nada a  Jonas Malheiro Savimbi . E que não se pode forçar a barra, quando muitos por aí tentam pôr Savimbi ao lado de Holden Roberto ou até  de Agostinho Neto.

Os heróis não se criam com o pronunciamentos de discursos invocando espíritos vingativos, amaldiçoando toda uma nação, por um homem que  até era um perigo para a sua própria família. Os heróis  constituem o produto da saga de um povo, ainda que esse povo seja uma simples tribo, na sua criação por valores  culturais que ajudem a humanidade ou simplesmente uma nação inteira a  superar o atraso que por algum motivo a mesma está exposta.  O produto Jonas Savimbi e suas atitudes  não é o caso. Convençamo-nos, para o nosso bem e salvação real – e final-, quem sabe até divina, que    Savimbi é um produto “da mediocridade,  do ódio e da presunção rasteira” que a história não teve como evitar. Savimbi é a falha em si mesmo, aberração fatal,  feto em mal formação!

A máscara de Jonas Savimbi cai, simplesmente, quando o mesmo é comparado com o velho Holdem Roberto, que pelas suas atitudes, de não levar em frente uma  guerra sem causa contra os próprios Angolanos, fez  mais pelos Angolanos  do que o próprio Savimbi  e  qualquer savimbista que existe por aí, vivendo na saudade e provocando toda uma nação.

A veneração a Savimbi  é  um  estado permanente de guerra, que ninguém deve aceitar, mesmo em nome da paz, muito menos em nome da democracia  e do Estado de direito.

* Nelo de Carvalho / Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Fonte: WWW.blog.comunidades.net/nelo