Lisboa - O Chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos (JES), nomeou recentemente (através do Decreto Presidencial n.º 172/15) Fernando Faustino Muteka para o cargo de Consultor do Presidente da República.

Fonte: Club-k.net 

Quadro de proa do regime, Faustino Muteka encontra-se afastado da vida política activa desde Março de 2014, ao tempo em que exercia o cargo de Governador da Província do Huambo.

 

Foi visto pela ultima vez no congresso extraordinário, já debilitado apoiando-se numa muleta. A sua recente nomeação é vista como um função decorativa destinada a conferir-lhe dignidade no plano pessoal.

 

Natural do Chipindu, província da Huila, Faustino Muteka aderiu ao MPLA, quando tinha 22 anos de idade. A época o rosto mais visível da sua família era um irmão, Fadário Muteka, morto pela UNITA. Faustino era a época chefe das operações da segurança de Estado no Huambo (de 1976 a 79).

 

Tão rapidamente ascendeu nas estruturas do partido/Estado, num quadro entendido como “indeminização” pela morte de Fadário. Diz-se que num curto espaço de tempo, Faustino deixou o Huambo e foi chamado para exercer funções de comissário provincial do Bié (equivalente a Governador), e em menos de dois anos foi transferido para Luanda para exercer funções de Ministro dos Transportes e Comunicações, e mais tarde comissário provincial no Namibe.

 

No ano em que se dá o primeiro congresso do MPLA em Angola, foi chamado a Luanda e nomeado Ministro da Agricultura. Depois passou a responder pela Secretaria do Estado do Café.

 

Na senda do retorno ao conflito armado, JES fez dele chefe da delegação de governo nas conversações com a UNITA, que culminaram com a rubrica do protocolo de Lusaka. Era de facto, uma escolha certa. Era ovimbundo que guardava reservas contra a UNITA pelo antecedente do irmão, o que faria dele um negociador com pouca probabilidade de trair o MPLA.

 

JES fê-lo ao mesmo tempo Ministro sem pasta. Com a criação do GURN, foi nomeado Ministro da Administração Territorial e no V congresso do MPLA passou a responder pelo Secretariado do Bureau Político para área da mobilização. Conhecia, de facto, “bem”, o sul do país, ao valer-se das funções exercidas no passado e de ter sido membro do órgão coordenador do centro sul de Angola.

 

Em 2009, regressou ao planalto central como governador provincial tendo sido afastado no seguimento de problemas de saúde.