Lisboa - Os dois filhos do Presidente de Angola, Welwitschea dos Santos ("Tchizé") e José Eduardo Paulino dos Santos, accionistas fundadores do Banco de Negócios Internacional (BNI), venderam as suas posições em 2008, deixando de deter capital desta instituição.
*Cristina Ferreira, Luís Villalobos
Fonte: O Publico
Deixaram de fazer parte da estrutura accionista
Numa nota enviada ao PÚBLICO, na sequência da notícia publicada no passado dia 14, o BNI informou que as duas personalidades "deixaram de fazer parte da estrutura accionista do banco", que está neste momento a preparar a sua entrada em Portugal.
Entretanto, os responsáveis da instituição financeira angolana disponibilizaram, nos últimos dias, o relatório e contas de 2008 no site do BNI, que, até agora, não estava disponível. Os últimos dados, referentes a 2007, incluíam ainda "Tchizé" dos Santos e José Eduardo Paulino dos Santos entre os maiores accionistas.
De acordo com o Relatório e Contas de 2008, o BNI fez um aumento de capital e mudou a estrutura accionista. A alteração "contemplou a aquisição de acções próprias por parte do banco e posterior venda a novos accionistas".
Da mesma forma, alguns dos accionistas, como o presidente de instituição, Mário Palhares, e o general João de Matos, diminuíram as suas posições.
A actual lista de detentores de capital do BNI confirma que esta já não inclui os dois filhos do presidente angolano, mas não faz qualquer menção directa à sua saída.
Sobre a notícia publicada pelo PÚBLICO no dia 14, onde se dava conta da associação a parceiros portugueses com o objectivo de abrir um banco de negócios e uma seguradora em Portugal, o BNI confirma que tem vindo "a estabelecer contactos no sentido de internacionalizar o banco".
Esta estratégia, diz o BNI, é conduzida "quer pela abertura de bancos no exterior ou através de aquisição de participações sociais, tanto no mercado africano como no mercado europeu, nomeadamente Portugal devido às relações de proximidade existentes".
Na notícia do PÚBLICO adiantava-se que, no seu projecto de expansão para Portugal, liderado por Homero Coutinho, ex-responsável do Deutsche Bank no mercado nacional, o BNI assumirá uma posição entre 30 a 40 por cento do capital do novo banco e da nova seguradora.
No entanto, as propostas ainda não foram submetidas à apreciação das autoridades de supervisão, o Banco de Portugal e o Instituto de Seguros de Portugal.
Neste momento, Homero Coutinho está já a recrutar quadros da área seguradora, uma vez que este é o projecto que está mais adiantado. João Ermida, que integra a equipa de gestão provisória do Banco Privado Português (BPP), é um dos nomes que surgem associados a esta iniciativa, como consultor.