Lisboa – A iniciativa do Presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) Joel Leonardo em indicar o nome de Carlos Alberto Cavuquila para integrar como Juri do concurso curricular de juízes conselheiros para o Tribunal de Contas, está a ser interpretada, em círculos da sociedade angolana, como um agrado que “tentou fazer ao Presidente da República”.

Fonte: Club-k.net

NOMEOU QUADRO REABILITADO POR JOÃO LOURENÇO 

A nível do regime, Carlos Alberto Cavuquila, foi administrador municipal de Cacuaco, diretor de um departamento da justiça e dirigente do MPLA. O mesmo faz parte do grupo de antigos membros do Comitê Central do MPLA, com processos criminais de corrupção, que beneficiaram de um surdo “perdão presidencial” traduzido em reabilitação. Em Maio de 2022, o Presidente designou-o vogal do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ).

 

Para o concurso de escolhas de novos juízes conselheiros do Tribunal de Contas, a lei prevê a indicação de dois magistrados e um membro do CSMJ. Para além de seu amigo pessoal, Joel Leonardo, escolheu um vogal do CSMJ indicado João Lourenço.

 

Dentre os membros do CSMJ, Carlos Alberto Cavuquila, é, segundo fontes, o jurista deste órgão que Joel Leonardo mais se identifica, por notar nele similitudes a sua pessoa. Os dois partilham vários traços em comum tais como défice de cortesia. Sobre Cavuquila, antigos colegas da administração do Cacuaco, atribuem-no uma certa fraqueza por dinheiro, e de ser devoto ao misticismo, hábitos que sempre desapreciaram nele.

 

Esta semana, o plenário do Tribunal de Contas fez sair uma resolução pedindo o afastamento de Cavuquila do corpo de júri concurso por ser arguido em dois processos de corrupção que correm contra si, nesta corte de fiscalização. É-lhe exigido pelo Tribunal de Contas, reintegração financeira. Ao tempo que foi gestor público, Carlos Cavuquila lesou o Estado angolano em 1 bilhão e tal de kuanzas, e num outro processo, outros 29 milhões kuanzas.