Luanda - “A Pátria aos seus filhos não implora: Ordena!” Ditado castrense

Fonte: Club-k.net

No ideário da justiça mundial sempre houve “Deuses (as) e Monstros”. Das deusas da justiça grega e romana ao bicho - papão brasileiro, o imaginário da justiça dos povos produziu sempre representações do bem e do mal.

Iustitia (justiça) era a deusa romana que personificava a justiça correspondia, na Grécia, à deusa Dice. Difere dela por aparecer de olhos vendados (simbolizando a imparcialidade da justiça e a igualdade dos direitos).


A deusa deveria estar de pé durante a exposição do Direito (jus), enquanto o fiel (lingueta da balança indicadora de equilíbrio) deveria ficar no meio, completamente na vertical, direito (directum). Os romanos pretendiam, assim, atingir a prudentia, ou seja, o equilíbrio entre o abstrato (o ideal) e o concreto (a prática).

As representações grega e romana diferiam ainda na atitude em relação à espada. Enquanto Dice empunhava uma espada, representando a imposição da justiça pela força (iudicare), Justiça Grega preferia o jus - dicere, atitude em que a balança era empunhada pelas duas mãos, sem a espada; ou com ela em posição de descanso, podendo, quando necessário, ser utilizada.

Nos dias que correm, em Angola, a justiça anda pelas ruas da amargura, sem eira nem beira.


Os “Monstros” que nascem nas suas entranhas quebram a Balança e levantam, frequentemente, a Espada para cercear o Direito.


Os escassos “Deuses(as)” que produzimos, quase no anonimato, assistem silentes o círculo pegar fogo.

Longe dos cânones da axiologia grega ou romana que esteiam os padrões universais de justiça, o sistema judicial angolano cambaleia tropegamente no lamaçal da indecência.

A âncora que sustenta a pirâmide do sistema de justiça de Angola foi capturado por” piratas” que capitaneiam a nau esventrada na presente tempestade. Estes capitães do mal são autênticos Monstros: seres pervertidos, corrompidos pela podridão de um sistema que enfrenta a sua pior crise. Essas figuras maléficas são, para nossa desgraça, déspotas e acéfalos. Estes aventureiros de becas, quais bichos - da - seda, que corroem a arquitetura do Direito angolano, foram apanhados, para nosso gáudio, em contra mão pelo antídoto do sistema - a ordem!

O vértice da justiça em Angola está diante de um dilema que pode ser alegoricamente simbolizado pelo ditado brasileiro: “se correr o bicho pega e se ficar bicho come”.

A Ordem dos Advogados de Angola(OAA), qual uma Deusa Grega ressuscitada a moda de fênix, acaba de encurralar com sucesso, um dos símbolos do mal. Se correr (sair), a OAA processa (pega), e se ficar (permanecer no cargo) a OAA também ataca (come)“.


Os Monstros da justiça angolana são tão feios quanto o papão brasileiro e tão maléficos como um poderoso barão da droga.

Bem haja os nossos “confrades” da OAA, que em boa hora sacudiram a água do capote, dando um estrondoso murro na mesa.


Esperamos, com gestos como este, que os “monstros” que surjam no nosso sistema de justiça sejam prontamente defenestrados.

Desejamos, igualmente, que, de hoje em diante, a OAA ponha “ordem“ quando o caos ensombrar a nossa preciosa justiça.

Na verdade, ao invés de proliferarem “vilões”, seria de todo útil que abundassem entre nós “Desuses(as)” tal como na antiga justiça grego-romana.

E enquanto nenhum “Monstro” sedento de malícia venha perturbar a nossa narrativa, mais não digo…