Luanda - Em entrevista à Lusa, o economista angolano Precioso Domingos afirma que a "liberalização isolada" dos preços dos produtos, de que é exemplo a retirada gradual dos preços dos combustíveis, "visa apenas salvar o Governo" e mandar a fatura para as famílias e empresas.

Fonte: DW

"Reformas de liberalização de preços de bens, que afetam todos os outros bens da economia, não podem ser feitas de forma isolada, ou seja, o fim último daquilo que são as vantagens que daí advêm só se verificam quando tu tens a economia alforriada", criticou.


Para o economista, que reagia ao anúncio da retirada gradual de subsídios à gasolina em Angola, que vai passar dos atuais 160 kwanzas para 300 kwanzas/litro (0,25 euros para 0,48 euros), a medida visa apenas proteger o Governo e "sufocar" famílias e empresas. "Eu vejo nessa medida uma tentativa de mais uma vez se tentar proteger o Estado", insistiu o especialista, considerando que o mais fácil "seria liberalizar tudo e depois ver a lista de coisas podem ser ainda regularizadas pelo Estado".


O que no fundo está a acontecer , acrescenta, é o "sufoco" das empresas: "Ou seja, eu sou a favor da liberalização do câmbio, dos combustíveis, o problema é como se faz, e você fazer isso de forma isolada só para salvar o Governo você está a mandar a fatura para as famílias".