Luanda - Pelo menos sete partidos da oposição na África do Sul decidiram formar uma coligação para afastar nas eleições gerais do próximo ano o partido governante Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), no poder há quase 30 anos.

Fonte: Lusa

Os partidos da oposição no parlamento - Aliança Democrática (DA), Partido Livre Inkatha (IFP), Frente da Liberdade Mais (FF+) e Partido da Liberdade Nacional (NFP) -, anunciaram hoje a realização de uma convenção partidária conjunta para 16 e 17 de agosto, em Kempton Park, leste de Joanesburgo, com os novos partidos Action SA, Partido Independente Unido (UIP) e Spectrum National(SN).


"O que vamos fazer é focar nas coisas que nos unem, e não nas coisas que nos dividem. As partes que participarem do pacto vão descobrir que as 10 ou 15 coisas em que todos concordamos, precisam de ser implementadas para consertar a África do Sul", declarou à imprensa o líder da oposição John Steenhuisen, que preside ao AD.

Por seu lado, Michael Beaumont, responsável nacional da nova formação política Action SA adiantou que a iniciativa pretende ser "uma força alternativa para a África do Sul" e de "apresentar soluções conjuntas para os maiores desafios que os sul-africanos enfrentam".


Estes partidos da oposição sul-africana acreditam que as próximas eleições gerais de 2024 são uma "oportunidade sem precedentes" para os sul-africanos elegerem "um novo Governo capaz de tirar o país das múltiplas crises que enfrenta".

O terceiro maior partido da oposição na África do Sul, o Combatentes da Liberdade Económica (EFF), de esquerda radical, dissidente do ANC, não integra a nova coligação partidária de oposição.

O histórico Congresso Nacional Africano, antigo movimento de libertação de Nelson Mandela, enfrenta um declínio de apoio face ao crescente descontentamento com a sua governação desde 1994 alimentado pelo desemprego elevado, crescente desigualdade, criminalidade, corrupção pública endémica, e uma grave crise de eletricidade.

Pela primeira vez na história da democracia do país, as sondagens preveem uma queda eleitoral abaixo dos 50% do ANC no escrutínio do próximo ano, segundo a imprensa local.

O Presidente da República, Cyril Ramaphosa, foi reconduzido na liderança do ANC no congresso nacional do partido em dezembro.