Luanda - A reação do MPLA, face o pedido de abertura do processo de impedimento do presidente da república de Angola, já era esperado. Não foi surpresa para ninguém. Só que o MPLA pecou pela falta de transparência, visão e realismo.

Fonte: Club-k.net

O MPLA sabe muito bem, que não possui credibilidade nem lastro para impor a sua vontade a sociedade angolana, menos possui gordura política e aceitação popular, para impor o seu presidente como salvador da pátria.


O MPLA devia aproveitar o momento e apresentar provas, que contradigam às alegações que a UNITA mostrou para sustentar o pedido de investigação e destituição do cidadão João Lourenço, presidente da república.


O bureau político do MPLA, jamais devia recrear o povo com divagações inúteis e amalucada. Tentar fazer crer, que o presidente João Lourenço, é uma vítima que a UNITA ardilosamente utiliza para denegri-lo, isso é deveras fantasioso.


De facto, o MPLA está de cabeça perdida, sem chão e longe de ser considerado um partido pacifista e defensor do estado de direito democrático, como pretendeu apresentar-se na sua abrupta declaração.


A UNITA colocou na mesa da democracia uma saída legal e constitucional, para tentar barrar o desmonte do erário público e neutralizar o crescente descontentamento gerados pelos abusos e atentados a moral pública do presidente da república.


Os atropelos do presidente contra a constituição, são de todo visíveis e evidentes. Ninguém no MPLA fala sobre o real estado desolador que os angolanos vivenciam. Coube a UNITA ousar confrontar a ditadura e o ditador e demostrar que existem outros horizontes além mar.


A UNITA não falou nunca da abolição do estado de direito democrático, esse partido, ousou sim chamar a atenção de todo país, dando a conhecer que o pedido de impeachment foi para o cidadão João Lourenço nas vestes de presidente da república.


Todo cidadão está ciente e sabe, quem o pedido de abertura do impeachment não foi solicitado para abolir a democracia pretendida no país, a abertura do processo de cassação do mandato do presidente da república, foi direcionado ao cidadão João Lourenço, que nas vestes de presidente da república tem descumprido sistematicamente a lei e a constituição.
Logo, a declaração do bureau político do comité central do MPLA não tem razão de ser nos moldes em que ela foi escrita. O MPLA, só mostrou toda sua arrogância, ignorância e despreparo para conviver em democracia com as diferenças.


Ora senão vejamos, a menos que o MPLA decida, que o seu líder, seja ele mesmo o estado de direito democrático, o pedido assim deixaria de fazer sentido, João Lourenço não é a república de Angola, menos ainda, representa todas as sensibilidades políticas ideológicas e religiosas do país.


Se assim não é, o comunicado do MPLA torna-se automaticamente num acto discursivo rasteiro e lunático, preenchido de uma alucinante discrepância entendível sobre os fundamentos que caracterizam o impeachment.


Nas democracias, existe a possibilidade constitucional de destituir um presidente da república através do impeachment, como já aconteceram em país democráticos. No Brasil, aconteceram dois impeachments com resultados assustadores.


A primeira vez aconteceu com a destituição do ex presidente Color de Melo, a segunda foi a vez da ex presidente Dilma Roussef, ser impichada. Também nos estados unidos da América, o presidente Bill Clinton, sofreu igualmente um pedido de impeachment, que não resultou positivo.


Porém, esses países não pararam por causa dos impeachments. A intenção dos republicanos tentarem caçar o mandato do ex presidente Bill Clinton, e mais tarde os democratas tentaram igualmente anular o mandato do presidente Donald Trump, não terminou com ameaças.


Tudo faz parte da democracia, somente as pessoas habilitadas, sabem conviver com as diferenças. Então, porque é que a solicitação do pedido de impedimento do presidente João Lourenço, causa ao partido estado todo esse desdenhoso alarido provocador de ódios!


Será João Lourenço é Deus? Será que Angola se tornou o Olimpo, sem que nós simples mortais soubéssemos? Será João Lourenço e o MPLA são donos do país e proprietário das nossas almas sem aviso prévio? Ou será, que fomos comprados e transformados em escravos sem nosso consentimento!


O MPLA não é nunca foi e dificilmente será um partido vanguardista sério e democrático. O partido foi transformado num sindicato do crime e em selva, onde os decrépitos de manipuladores da verdade delapidam tranquilamente o erário nacional.


Segundo o bureau político do MPLA, a UNITA quer dar golpe de estado, por ter perdido as eleições! Mentira, o MPLA é que em 48 anos adultera a verdade política em Angola. A verdade exposta em factos, prova que os arruaceiros são os criminosos do MPLA.


Após as eleições de 2022, foi o MPLA quem colocou as forças armadas e a polícia nacional nas ruas e vias das cidades e vilas de todo país, os militares e para militares estavam munidos de armamento pesado, misseis terra ar e terra-terra!


Tudo isso, só para melar a vitória da oposição, retrair o soberano povo, e assim concretizar e validar o roubo eleitoral.


A declaração saiu como se esperava a moda bolchevique. Porém, esse tipo de discurso apelativamente lamuriante já não agrega, nem engana mais ninguém.


Por outro lado, a declaração do bureau político mostrou aos angolanos, que o MPLA está encurralado no seu próprio jogo. Foi uma reação desfasada de realismo, que ajudou em certa medida a destapar a verdade.


Em suma, foi muita espuma e pouca consistência exposta na declaração. Em abono da verdade, foi igualmente uma pá de cal que não conseguiu clarear e ou branquear a face suja do regime vigente.


Enfim, a declaração do bureau político foi um texto fora do contexto, mas, percebeu-se nela, que de facto o medo mora no Kremlin.


Estamos juntos