Luanda - O ensino superior desempenha um papel crucial no desenvolvimento de qualquer nação, capacitando seus cidadãos e contribuindo para o avanço da ciência, tecnologia e cultura. Em Angola, o ensino superior enfrenta diversos desafios que dificultam seu pleno potencial de transformação social e económica, afetando o grau de satisfação e excelência dos nossos Quadros a nível internacional.
Fonte: Club-k.net
A fuga de quadros é uma preocupação crítica para o ensino superior em Angola. Muitos profissionais qualificados, incluindo professores e pesquisadores, estão deixando o país em busca de melhores oportunidades no exterior. Esse êxodo de talentos impacta negativamente a qualidade do ensino e da pesquisa nas universidades angolanas. A falta de condições adequadas de trabalho e remuneração é um dos principais fatores que impulsionam essa migração.
Os baixos salários dos professores são um desafio significativo para o ensino superior em Angola. A remuneração inadequada desmotiva os docentes, dificultando a retenção de talentos e a atração de novos profissionais qualificados. O salário insuficiente também afeta a qualidade do ensino, uma vez que professores desvalorizados podem não dedicar o tempo e a energia necessários ao aprimoramento de suas práticas pedagógicas e ao desenvolvimento de pesquisas de qualidade.
O investimento insuficiente em investigação científica é outro desafio enfrentado pelo ensino superior em Angola. A falta de recursos para pesquisa limita o desenvolvimento de projetos inovadores e relevantes para o país. A produção científica angolana fica aquém do seu potencial, comprometendo a competitividade e o reconhecimento das universidades do país em âmbito global.
A ausência das universidades angolanas nos rankings das melhores instituições de ensino superior de África pode ser atribuída a diversos fatores e passo por apresentá-los:
1- Falta de Investimento: Como mencionado anteriormente, o investimento insuficiente em ensino e pesquisa limita a qualidade das instituições e, consequentemente, sua classificação em rankings internacionais.
2- Fuga de Quadros: A saída de professores e pesquisadores qualificados enfraquece a capacidade das universidades em desenvolver pesquisa de ponta e atrair alunos talentosos.
3- Infraestrutura e Equipamentos Deficientes: A falta de infraestrutura adequada e equipamentos modernos para a realização de pesquisa e práticas de ensino impacta negativamente a competitividade das instituições.
4- Pouca Internacionalização: A falta de programas de intercâmbio e parcerias com outras universidades internacionais também pode afetar a visibilidade e reconhecimento das instituições angolanas em âmbito global.
5- Ausência de Políticas Estratégicas para o Ensino Superior: A falta de políticas e estratégias específicas para o desenvolvimento do ensino superior pode comprometer a capacidade das instituições em se destacarem em âmbito internacional.
O ensino superior em Angola enfrenta desafios significativos, que afetam sua qualidade e reconhecimento em âmbito global. A fuga de quadros, os baixos salários dos professores e o pouco investimento em pesquisa científica são questões cruciais a serem enfrentadas pelo governo e pelas instituições de ensino.
E superar esses desafios, requer um compromisso firme com o investimento prioritário na educação superior, a valorização dos profissionais do setor e o estímulo à produção científica de qualidade.
Com uma visão estratégica e políticas bem definidas, o ensino superior em Angola pode alcançar seu potencial máximo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país e a projeção internacional das suas instituições educacionais.
Emerson Sousa.
Escritor e Analista político.