Luanda - O sistema internacional move-se por várias direcções geopolíticas, geoestratégicas e geoeconômicas, sobretudo este último, após a II guerra mundial tomou as rédeas dos interesses estatais, portanto, hoje nas relações internacionais as guerras fazem-se muito mais por motivos econômicos do que propriamente por motivos políticos, diplomáticos, culturais ou ambições territoriais.

Fonte: Club-k.net


Na manutenção dos interesses nacionais e protecção das riquezas e recursos naturais e minerais do Estado, é fundamental a actuação da inteligência econômica, neste quesito, os órgãos de defesa e segurança do Estado têm o dever de assegurar o andamento equilibrado e estável da economia Nacional, de agir contra a espionagem econômica, espionagem corporativa ou industrial.


No exercício da colecta e análises de dados no âmbito econômico, vale lembrar que “as primeiras formas de inteligência econômica começaram com as actividades comerciais, as viagens e as expedições comerciais foram a melhor forma de recolha de informação e transmissão para meios geográficos distintos e longínquos, pois passou a haver um levantamento e um registo de informação, que permitia à preparação e o desenho de novos investimentos, mais adequados aos objectivos pretendidos” pelos agentes econômicos, agentes governamentais e actores internacionais não estatais.


Portanto, a inteligência econômica “é uma acção coordenada e sistemática de recolha, tratamento e difusão da informação útil para os actores económicos com vista à sua exploração para fins estratégicos e operacionais”. Na mesma linha de análise a Escola de Guerra Econômica de Paris define a Inteligência Económica como “pesquisa e interpretação sistemática de informação acessível à todos, com o objectivo de apurar as intenções dos agentes e de conhecer as suas capacidades e nela estão compreendidas as operações de vigilância, protecção e influência”.


Entorno do factor econômico «a inteligência e a espionagem» funcionam como uma coisa só porque as acções um do outro complementam-se e representam ao mesmo tempo um mecanismo estratégico para a manutenção dos interesses nacionais traçados pelos governos. A espionagem econômica ao lado da inteligência econômica, funciona como uma “acção que visa à obtenção de conhecimentos ou dados sigilosos cujo acesso indevido ou não-autorizado possa implicar a obtenção de vantagens econômicas para determinado Estado, ou para empresas consideradas vitais para a economia interna ou o desenvolvimento nacional desse Estado”.


A confluência e o introsamento massivo de vários interesses econômicos convergentes e não convergentes entre os Estados e as grandes corporações ou Multinacionais “face aos desafios colocados pela crise económica global, têm vindo a ser detectadas actividades de espionagem económica e industrial, junto de sectores estratégicos e de áreas relacionadas com o conhecimento, nomeadamente aquelas que encontram-se, associadas à inovação. Tudo isso releva a importância crítica desses sectores para os esforços no sentido da recuperação económica”.


Com a evolução cada vez mais crescente da globalização, sobretudo, o avanço no campo da tecnologia, a unificação do comércio internacional e da economia global, a Inteligência econômica tornou-se um instrumento de luta entre os Estados e não só, na qual organizações governamentais, empresas públicas, empresas privadas nacionais e internacionais, competem entre si para obterem vantagens nas suas acções geoconômicas e geopolíticas, de modo a alavancarem os interesses industriais e empresariais dos seus respectivos países.


A inteligência econômica obedece uma série de etapas, procedimentos, metodologias e dinâmicas, tais como:

“a) Pesquisa: Actividade de acompanhamento, recolha e investigação de informação. É feita a vigilância do desenvolvimento da actividade do sector pretendido e o levantamento e recolha da respectiva informação;

b) Tratamento: Manutenção de base de dados e de conhecimento, administração de dados, análise e síntese da informação;

c) Formulação de estratégias: Inovação, gestão de projectos, antecipação e controlo de riscos, avaliação dos efeitos das decisões.

d) Empreendimento de novas acções: Influência, acções correctivas, reposicionamento do projecto;

e) Avaliação dos efeitos: Estudos de impacto e troca de experiências”.

 

A inteligência econômica faz muita diferença nas relações internacionais, os Estados em base às suas estratégias governamentais, perseguem interesses econômico-comerciais, interesses corporativos e industriais. Nesse processo todo os serviços de defesa e segurança dos Estados (sobretudo as potências globais e regionais) procuram estar a dois passos a frente dos outros governos em termos estratégicos, mas quando seus projectos geoeconômicos não se concretizam por via da negociação e cooperação, dão lugar às tensões e aos conflitos, para obterem resultados favoráveis em prol dos seus programas estatais, demonstrando claramente a verdadeira face da «geopolítica».

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Por: Leonardo Quarenta
Ph.D em Direito Constitucional e Internacional
Mestrado em Relações Internacionais: Diplomacia, Mediação e Gestão de Crises
Mestrado em Criminologia, Direito Penal e Políticas de Segurança
Formação em Conselheiro Civil e Militar
Formação em Geopolítica de África: O Papel da CPLP na Segurança Regional