Luanda - Há dias País viu e ouviu, atônito, um líder do Grupo Parlamentar do MPLA possesso, quase aos saltos e aos gritos, a dar garantias de que o Presidente da República (PR) e Titular do Poder Executivo (TPE), João Lourenço, não vai ser destituído.
Fonte: Club-k.net
Virgílio de Fontes Pereira garantiu, mas não fundamentou o seu argumento. O líder do Grupo Parlamentar do MPLA tem responsabilidades na governação presente e futura do País. Não se pode eximir delas. Não pode pretender que não conhece a agonia econômica e social pela qual estão a passar os angolanos desde que João Lourenço assomou ao poder.
O líder do grupo parlamentar “rubro-negro” não se deveria ter colocado contra o País e o povo numa fase crucial em que estes precisam do seu firme, verdadeiro e coerente posicionamento. Mas colocou-se. Virgílio de Fontes Pereira não se deveria ter colocado do lado errado da História. Mas colocou-se. Não deveria ter agido como avestruz. Mas agiu.
Há sim (quanto a mim) razões mais do que suficientes para destituir o PR e TPE por manifesta incapacidade política, intelectual, técnica e - para compor o ramalhete - o cometimento reiterado de crimes que atentam contra o estatuto jurídico-político da República de Angola.
Crimes?! Sim, calma; não “xunguiles” , não “xinguiles”, Virgílio de Fontes Pereira; é o batuque tradicional. É só fazer a fineza de recuar no tempo e, ao som do batuque tradicional, efectuar um balanço corajoso e honesto dos actos praticados por João Lourenço. Há, nestes actos, indícios de práticas de crimes que demandam, sim, a sua imediata defenestração.
Se os deputados à Assembleia Nacional pelo MPLA estivessem com o povo e não apenas com o partido no poder e o seu presidente, juntariam sinergias com o Grupo Parlamentar da UNITA para botar João Lourenço a correr e, desta forma, resgatar a dignidade de Angola e dos angolanos. Mas, ao que tudo indica o MPLA quer afundar-se com João Lourenço. Espero, pois, que em 2027, na hora do balanço, o MPLA não responsabilize única e simplesmente o PR e TPE, João Lourenço, pelo descalabro do País, pois alertas não faltaram.
Nota: “Xinguilar” no português de Angola, significa estar em estado de consciência que se crê sob influência de espíritos ou entidades sobrenaturais, entrar em transe.
