Luanda -vO governo angolano considerou hoje "inegáveis" os progressos do país na expansão e acesso ao ensino superior, nas últimas duas décadas, admitindo a necessidade da formação de profissionais mais qualificados e capazes face às exigências atuais e futuras.

Fonte: Lusa

Segundo a vice-presidente de Angola, Esperança da Costa, "são marcantes os esforços do executivo angolano e são inegáveis os progressos que o país tem feito no plano da expansão e do acesso ao ensino superior nas duas últimas décadas".


"Mas, precisamos de converter esta expansão na formação de profissionais mais qualificados e capazes de corresponderem às exigências dos tempos atuais e dos próximos desafios", disse hoje Esperança da Costa na cerimónia solene de abertura do ano académico 2023/2024.

A vice-presidente da República de Angola, que proferiu o discurso de abertura da cerimónia, em Luanda, reafirmou o compromisso do executivo com a melhoria da qualidade do ensino, nomeadamente no subsistema do ensino superior, colocando este "ao serviço da inclusão, da inovação e do desenvolvimento sustentável".

Para a governante, a missão das autoridades do país deve centrar-se na necessidade de preparar o caminho para o futuro, onde o conhecimento seja de facto a força transformadora necessária para fazer face aos desafios contemporâneos que reclamam soluções.

Anunciou que estão matriculados no ensino superior, para o ano académico que se inicia, cerca de 360.000 estudantes distribuídos pelas instituições do ensino superior públicas e privadas com uma oferta formativa de 1.356 cursos.

Esperança da Costa enumerou, na sua intervenção, as ações que o governo angolano deve desenvolver no quinquénio 2023-2024, com recursos do Orçamento Geral do Estado e de apoio financeiro de parceiros como a União Europeia, Banco Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento.

"Pretendemos aumentar o investimento no capital humano, aumentar e melhorar as infraestruturas, aumentar o acesso ao ensino superior, melhorar a oferta formativa e valorizando a equidade do género", realçou.

De acordo com Esperança da Costa, neste quinquénio, as autoridades tencionam também investir nos Institutos Superiores de Ciências da Educação e nas escolas superiores.

Promover a transformação digital nas instituições, consolidar o sistema de garantia da qualidade do ensino superior e fortalecer a sua gestão estão igualmente entre as ações que o executivo pretende materializar entre 2023 e 2027.

"Se por um lado é necessário melhorar a oferta formativa e o acesso ao ensino superior, por outro, é crítico promover o reforço das competências, a diferenciação qualitativa do pessoal docente, dos investigadores e do pessoal não docente", observou.

Para a realidade do país, argumentou, a melhoria da oferta formativa "deve incidir sobretudo na criação de novos cursos sobre ciências, tecnologias, engenharias e matemática".

Destacou também as ações em curso visando a melhoria das infraestruturas e financiamento dos cursos de pós-graduação, referindo que o programa UNI.AO (Programa de Apoio ao Ensino Superior da União Europeia) financiou a criação de 13 novos cursos de pós-graduação em Angola no valor de 1,2 milhões de euros.

Com o apoio da UNI.AO, assinalou a vice-presidente angolana, foram selecionadas 10 instituições de ensino superior privadas e de seis províncias.

Nesta cerimónia solene de abertura do ano académico 2023-2024, cujas aulas arrancam na próxima segunda-feira, 2 de outubro, as instituições apuradas no edital do programa UNI.AO assinaram os respetivos termos de compromisso dos cursos aprovados.

Esperança da Costa deu a conhecer, ainda, que está em curso a elaboração de um plano para a igualdade e inclusão da mulher no ensino superior angolano.