Luanda - O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, alertou, recentemente, para uma nova onda de perseguição e intimidação aos profissionais da Comunicação Social e, na passada, pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue todas as denúncias.

Fonte: Club-k.net

Acho muito bem a postura assumida publicamente por Teixeira Cândido. E a ela associo-me sem pruridos e de peito aberto, assumindo, desde já, uma postura firme contra a detenção, intimidação, perseguição a jornalistas e a intelectuais que, por natureza e dever de ofício cívico-político criticam o Executivo.


Já o disse bastas vezes e reitero: está “mania” de mandar prender por tudo por nada, vai, no final, gerar uma factura política muito pesada a quem “descabela o palhaço” pela privação da liberdade de quem ousa exercer os direitos de informar, ser informado e de se expressar por meio da Imprensa e não só.


João Lourenço fraudou o País e o mundo quando garantiu, durante o discurso proferido durante a sua tomada de posse como Presidente da República, a 17 de Setembro de 2017, que os jornalistas seriam mais livres e que a Liberdade de Imprensa seria um facto, de facto.


O Presidente da República não só empulhou os angolanos e ao mundo como inaugurou umas das fases mais autoritárias da nossa História, dando sequência (de forma muito primária) à saga da censura, propaganda e acérrimo controlo dos órgãos de Comunicação Social, colocando-os todos sob a esfera da sua (má) influência, enquanto Titular do Poder Executivo.


Há, hoje, claramente uma supressão das liberdades fundamentais dos cidadãos no País, com destaque para as de Imprensa e de Expressão. Ela é posta em causa pelos “novos senhores”. A espada de Damocles paira de forma constante sob a cabeça dos jornalistas, que - tal como denunciou Teixeira Cândido, por outras palavras - vivem dias de medo.


O Presidente João Lourenço deveria ser processado judicialmente por, em 2017, ter enganado os jornalistas, o País e o mundo quando garantiu maior Liberdade de Imprensa, mas acima de tudo por ver nela e, em particular, no exercício do Jornalismo sem rédeas curtas um perigo para o seu consulado e uma alavanca para o pluralismo político, para a democracia e o Estado de direito.


Um alerta (mais um): Senhor Presidente, deixe de mandar prender quem o critica, sobretudo jornalistas!