Luanda - André de Oliveira João Sango, que atuou como Diretor Geral do Serviço de Inteligência de 2006 a 2018, está sob escrutínio das "Brigadas Digitais", que o acusam de reunir, em Luanda, supostos "eduardistas" que supostamente se opõem a um terceiro mandato presidencial de João Lourenço.

Fonte: Club-k.net

REGIME PREOCUPADO COM CONGRESSO SOBRE DIREITO  CONSTITUCIONAL

Voltado a acadêmica, André de Oliveira Sango, está afrente da realização do segundo congresso angolano de direito constitucional organizado pela Universidade Agostinho Neto (UAN) que acontece entre os dias 7, 8, 9 de Novembro. O evento contará com diversos palestrantes, como Nelson Pestana "Bonavena", Marcolino Moco, Sérgio Raimundo, António Paulo, José Octavio Serra Vandunem, Filipe Adolfo, Benja Satula, Raul Araujo e Rosa Guerra.

 

O tema "Engenharia Institucional e Escolha do Modelo Constitucional", a ser apresentado no segundo dia do evento por Oliveira Sango e Raul Araujo, aparentemente incomodou as chamadas "Milícias Digitais, que em resposta, acusaram, a organização de reunir "empresários-políticos e descontentes" que desejam "minar a política reformista do atual presidente".

 

As Milícias Digitais são grupos que defendem o regime e são frequentemente associados ao Gabinete de Ação Psicológica ou à Segurança do Estado devido às suas posições em prol da "defesa da paz e segurança nacional", linguagem bastante apregoado pelos oficiais da secreta nas redes sociais.

 

Num texto que fizeram circular a Brigada Digital discute a evolução dos "santistas" ou "eduardistas", que segundo alega eram inicialmente contrários ao movimento reformista de João Lourenço no partido do governo, uma vez que lutam para um terceiro mandato presidencial a favor do actual chefe de estado.

 

Segundo o texto da Brigada Digital do regime, "O mais tardar em 2027 querem-se ver livres de João Lourenço. Vão dizer que não é possível terceiro mandato, vão acenar com um belo apartamento no Dubai, e conspiram já para o pós-Lourencismo, fingindo-se cordeiros"

 

"Basta olhar para os nomes de alguns ilustres palestrantes de um Congresso de Direito Constitucional que acontecerá na próxima semana para perceber que, entre vários eminentes juristas, está se formando a tropa de choque dos pós-Lourencistas, que certamente fará declarações fingidas de respeito pelo Estado de Direito, a impossibilidade de um terceiro mandato e muito mais, mas, essencialmente, minando a política reformista de João Lourenço", afirma a mensagem.