Luanda - O sector da Construção é uma das principais actividades económicas do mundo, que representou cerca de 6,9 % do PIB mundial em 2022, e assume-se como verdadeira alavanca da actividade económica, pois ao contrário do sector Petrolífero e de outros sectores de actividade, funciona como mola propulsora influenciando variadas actividades económicas desde a indústria extrativa à indústria transformadora, com destaque para a construção de cerâmicas, vidros, carpintaria, marcenaria, tintas etc.

Fonte: JA

Repare que a dinâmica do sector tem recebido contribuições de grandes iniciativas do grupo privado de infra-estrutura e desenvolvimento (PIDG), que desde a sua criação em 2002, tem contribuído sobremaneira no desenvolvimento da infra-estrutura técnica de muitos países e já apoiaram a tirar da pobreza vários países do mundo, com a implementação de iniciativas e projectos sustentáveis que criam crescimento económico e comunidades mais sustentáveis.

O PIDG teve grande reconhecimento nas suas abordagens por trazerem soluções inovadoras, sustentáveis e inclusivas na medida que resolvem as deficiências de infraestruturas desde a concepção até à implementação, principalmente em países em desenvolvimento, países de baixo rendimento em África, países do Sul e Sudeste asiático.

A criação destas infra-estruturas técnicas são essenciais para os países desenvolverem a economia, e a ideia de chamar os privados para participar deste processo nas aéreas em que o sector privado apresente soluções competitivas de construção, manutenção, e operação de infra-estruturas, determinará sobremaneira a aceleração do processo de desenvolvimento económico, bem como, a implementação de políticas públicas.

Este grupo tem demonstrado resiliência e capacidade de gestão, que desde a sua constituição até 2021 já foram implementados mais de 200 projectos com destaque para África subsaariana com cerca de 135 projectos e Ásia e Pacífico, com cerca de 44 projectos implementados. Nesta empreitada foram canalizados cerca de 4,3 biliões de dólares e mobilizamos 36,9 biliões de dólares, por parte de investidores privados, instituições financeiras de desenvolvimento em projectos apoiados pelo grupo.

Os registos de impactos económicos e sociais indicam que cerca de 121 projectos já estão comercialmente operacionais, cerca de 219 milhões de pessoas terão acesso à infra-estruturas novas criadas ou melhoradas, sendo que estes projectos criaram aproximadamente 250.000 e 70.000 novos empregos de longo e curto prazos respectivamente.

No continente africano mais de 600 milhões de pessoas, não têm acesso a electricidade, cerca de 310 milhões de pessoas não tem acesso à água potável, a contar com a debilidade das infra-estruturas em variados sectores, com destaque para os transportes e mobilidade. De recordar que os Estados só por si, não são capazes de resolver todos os problemas de cariz económico-financeiro que se afiguram, daí a importância de incrementar todo o tipo de operações que visam incrementar a maior participação de grupos de investimento, do sector privado, e por outro lado, fomentar a maior contribuição dos utentes de serviços públicos.

Repare que quando se tem infra-estruturas adequadas os ganhos são imediatos, como por exemplo no aumento da produtividade para o aumento da competitividade na medida em que a dimensão e eficiência da mesma induzem ao desenvolvimento, assim como a oportunidade de melhorar as condições de exportação, e geração de emprego.

O desenvolvimento de infra-estrutura técnica por via de contratos de longo prazo (parcerias público privadas), têm sido bem aceites em várias geografias, estes proporcionam benefícios do ponto de vista financeiro, como o controlo da despesa e a capacidade de realizar investimentos. Por outro lado, é visto como um instrumento que ajuda a operacionalizar os programas dos Governos, incentiva a inovação e modernização dos serviços prestados aos cidadãos. Nesta óptica, a Administração Pública obtém ganhos de eficiência, qualidade nos serviços, e garantia de sustentabilidade financeira a longo prazo. Em termos de constrangimentos, normalmente, os problemas na execução dos contratos de longo prazo, estão ligados a burocracia administrativa, a falta de acompanhamento e fiscalização de obras e a deficiente gestão de projectos que podem inviabilizar a conclusão destes projectos. A importância da qualidade da infra-estrutura está intimamente ligada ao interesse dos investidores estrangeiros, que para além desta dimensão, olham ao pormenor por outras variáveis que determinam as decisões de investimento, desde a estabilidade económica, o ambiente de negócios, taxas de juros e outros.

O país está na lista das referências a nível do continente e aposta de muitos investidores estrangeiros, e nesta perspectiva o reforço da melhoria da infra-estrutura técnica assumem-se como verdadeiras alavancas para modernização do país. Portanto, com a formação de contratos de construção, manutenção e exploração de equipamentos públicos num período que pode rondar dos vinte a trinta anos, o Estado criará bases para o desenvolvimento económico, e por outro lado, constitui uma plataforma para se atingir rapidamente os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

 

*Economista