LUANDA — Sindicato dos jornalistas angolanos descreve 2023 como um ano sombrio para classe e lamenta o ataque contra o Novo Jornal. Para falar sobre o assunto, ouvimos o secretário geral do Sindicato dos Jornalista, Teixeira Cândido, o diretor do Novo Jornal, Armindo Laureano e o jurista Manuel Cangundo.

Fonte: VOA

O ano que está a terminar vai ficar na memória dos angolanos como sendo mais um, durante o qual as famílias viveram enormes dificuldades, principalmente económicas e sociais, fazendo fé nos relatórios e análises de várias instituições, quer nacionais como internacionais. Várias organizações registaram casos de angolanos vítimas da fome e miséria, assim como desemprego que não parou de aumentar, sobretudo entre a juventude.


O combate à corrupção, à impunidade e outros males que enfermam a sociedade voltou a ser, em 2023, o apanágio dos órgãos de justiça do país, mais concretamente com o início de julgamentos, pelo Tribunal Supremo, dos chamados "casos mediáticos".

Noutro domínio, Angola fez manchete com a realização de vários eventos internacionais, e pela primeira vez, acolheu em Outubro a 147ª Assembleia-Geral da União Interparlamentar (UIP). Um outro facto, tem que ver com o encontro histórico que juntou o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o Presidente angolano, João Lourenço, na Casa Branca.


Mas a crise no sistema de justiça deixou a nú a sua credibilidade, também fortemente marcada pelas interferências políticas. O anúncio da saída da UNITA na Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), foi outro assunto político que marcou o ano de 2023.

Entretanto, em vésperas do final de ano, o pais assiste um ataque contra o considerado último reduto da liberdade de imprensa. Trata-se do semanário “Novo Jornal”, que pode fechar as portas por conta de uma disputa judicial.

O secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos mostra-se preocupado com o ambiente de trabalho a que estão sujeitos os jornalistas. Teixeira Cândido considera de grave a situação do “Novo Jornal” e afirma que o estado da comunicação social registou recuos, nunca antes visto durante o ano que está a terminar.