Luanda - Mais de 100 camponeses da Sociedade “Konda Marta II”, em nome dos demais, deslocaram-se na segunda-feira, 11, à Administração Municipal do Talatona, em Luanda, para exigir explicações sobre o cumprimento de um Despacho do Governo Provincial de Luanda (GPL), que pede um parecer técnico sobre o terreno em disputa na zona do 11 de Novembro entre a empresa e altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Fonte: Club-K.net

Segundo o porta-voz das camponesas, Daniel Neto, o Despacho nº696/GPL/2023 do Governo Provincial de Luanda, datado de 1 de Agosto do ano passado, não está a ser cumprido por parte da administração do Talatona.

Na semana passada, os administradores do Talatona e do Distrito Urbano da Cidade Universitária presenciaram a destruição de obras de camponeses da Sociedade Konda Marta por fiscais das duas administrações e agentes da Polícia Nacional, que deitaram abaixo obras de construção definitiva, causando prejuízos enormes aos camponeses.

O Despacho do Gabinete Jurídico Governo Provincial de Luanda (GPL), supostamente ignorado pela Administração do Talatona, solicita informações detalhadas sobre a parcela de terra em disputa, para que a área jurídica do GPL esteja habilitada em emitir um parecer conclusivo a ser remetido ao governador, Manuel Homem.

Passados mais de sete meses, para a insatisfação dos camponeses, a Administração Municipal do Talatona “mantém-se em silêncio num total desrespeito ao órgão superior, no caso o Governo Provincial de Luanda”.

Postos na administração, os camponeses lamentam não terem sido recebidos pelo novo administrador José de Oliveira dos Santos Bastos, por alegadamente ter uma agenda apertada, tendo garantido recebê-los na quinta-feira, 13, em companhia dos seus advogados.

O porta-voz dos camponeses, Daniel Neto, que disse não ter dúvidas do envolvimento de altos funcionários das administrações, lamentou o posicionamento do novo administrador do Talatona, José de Oliveira dos Santos Bastos, que apesar de ter encontrado o “problema”, não manifesta “sentimento contrário”, mas de alegada cumplicidade com os “invasores”.