Luanda - Normalmente, quem se está a afogar não quer morrer sozinho e a tendência é a de empurrar o seu salvador-nadador. Este, para sobreviver, deve ter a destreza e perspicácia para sair são e salvo em companhia da sua vítima.

Fonte: Club-k.net

É nojento e verdadeiramente vergonhoso a cobertura jornalística, sobretudo a da imprensa pública e aquela confiscada pelo Estado, da greve geral em Angola. Pautas manipuladas, contra-informação e violação de todos os manuais e legislação da profissão. Que vergonha!


O interesse público, a verdade, isenção, imparcialidade e o serviço público, nestes dias, impõem a constatação do nível de adesão ou não à greve geral, os efeitos nefastos da greve e as lições para os trabalhadores e as entidades empregadoras ( principalmente, o Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, e a sua equipa).

Não me venham dizer que é a linha editorial dos órgãos. A linha editorial deve estar de acordo com a Constituição Angolana, a Lei de Imprensa e demais legislação aplicáveis e os princípios deontológicos e ética dos jornalistas, com vista a garantir o direito dos cidadãos de informar, se informar e ser informado. O Estado assegura a existência de um serviço público de informação. Informar o público com verdade, independência, objectividade, isenção e imparcialidade sobre todos os acontecimentos nacionais e internacionais, assegurando o direito dos cidadãos à informação correcta, imparcial e isenta. Vide artºs 9º, 11º e 29º da Lei nº 1/17 de 23 de Janeiro- Lei de Imprensa.


Lamentavelmente, parece que esses jornalistas fazem compras nas 'Lojas do Povo' ou têm cartão de abastecimento, porquanto a vida económico-financeira, a fome e a miséria nas famílias agudizam-se, o preço da cesta básica não escolhe a cor da camisola nem a profissão. O trabalhador passou a ser um escravo-assalariado. É muita dor!


A imprensa orientada e disciplina deve ter mais cuidado ao fazer o papel de salvador-nadador.