Abuja - O ministro da Defesa Nacional João Ernesto dos Santos “Liberdade” declarou hoje em Abuja que a África tem conhecido uma acentuada proliferação de grupos terroristas que ameaçam a paz, segurança e a integridade dos respectivos Estados.

Fonte: MIREX

Sustentou que estes grupos têm beneficiado de apoio de entidades estrangeiras, incluindo mercenários, o que está a exacerbar os focos de instabilidade no Continente.

O ministro que falava no segundo e último dia da conferência de alto nível sobre terrorismo, violência extrema e mudanças inconstitucionais, exigiu que os Estados-Membros assumam maior compromisso na implementação da Declaração de Malabo que contém disposições e acções indispensáveis para dar resposta à luta contra o terrorismo e as mudanças inconstitucionais dos Governos em África.

Para tal, “Angola defende o reforço dos instrumentos legais que definem o conceito de terrorismo, a consolidação dos mecanismos de prevenção e de combate adequados”, reforçou o ministro João Ernesto dos Santos defendendo maior engajamento colectivo dos Estados.

 

O ministro colocou à disposição da conferência a experiência de Angola e do Presidente João Lourenço, Campeão da União Africana para Paz e Reconciliação em Africa, na gestão e resolução de conflitos para erradicar este fenómeno que afecta a vida e o desenvolvimento dos povos.

 

OPERACIONALIZAR CENTROS REGIONAIS

Angola entende que as questões de paz e segurança no Continente constituem desafios que requerem maior engajamento colectivo dos Estados Africanos.

Por esta razão o ministro João Ernesto dos Santos subscreveu a criação de entidades regionais para operacionalizarem a coordenação dos centros de luta contra o terrorismo e o extremismo violento.

Esta é de resto uma proposta do Presidente da Nigéria Bola Aahmed Tinubu ao enfatizar a necessidade de uma abordagem abrangente que não se limita ao poderio militar, mas as causas profundas, incluindo a pobreza, a desigualdade e a injustiça social.


O Presidente alertou para a importância do corte das linhas financeiras que alimentam as actividades terroristas, tais como pagamentos de resgates e operações mineiras ilegais para qual apelou a cooperação da comunidade interncaional.


Ele disse que “Bilhões e bilhões de dólares que os governos legítimos deveriam usar para construir sociedades melhores, fornecendo educação, cuidados de saúde e alimentos para o seu povo, agora vão para pagar armas e respostas ao caos instituído”.


Os presidentes Nana Akufo Addo, do Gana e Faure Gnassingbé, do Togo, presentes na conferência de alto nível sobre o combate ao terrorismo, extremismo violento e mudanças inconstitucionais, defenderam igualmente a monitorização das fontes de financiamento das organizações insurgentes que têm provocado caos e luto nas famílias africanas.
A conferência termina na noite desta terça-feira com uma Declaração de Abuja sob responsabilidade de Mallam Nuhu Ribadu, Conselheiro de Segurança Nacional da República Federal da Nigéria.

A delegação do ministro João Ernesto dos Santos integra o General João Pereira Massano, chefe dos serviços de inteligência e segurança militar, os embaixadores de Angola na União Africana, Miguel César Bembe e na Nigéria, José Bamóquina Zau, oficiais generais e especialistas das FAA.