Luanda - Subiu para oito o número de detenções na Administração Geral Tributária (AGT), pelos crimes de acesso ilegítimo a sistema de informação e devassa através de sistema de informação, falsidade informática, associação criminosa, peculato e obstrução à justiça, aumentando a consternação e o clima de medo vivido nas instalações da autoridade tributária.

Fonte: Expansão

O Serviço de Investigação Criminal (SIC), entidade que chefia a investigação, anunciou também esta semana a detenção de um empresário e consultor na empresa China Huashi Group (H&S), localizada no Camama. Trata-se de Erivaldo Teixeira Pereira da Gama, o que faz subir para 9 o número de detidos neste caso. Encontra-se ainda foragido da justiça um técnico do Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação das Finanças Públicas (SETIC-FP), órgão do Ministério das Finanças dedicado à modernização das finanças públicas, através da tecnologia, e que também tem ligações a este caso.



A lista de detidos, no âmbito do escândalo que lesou o Estado em 7 mil milhões Kz, tem vindo a aumentar todas as semanas desde que o escândalo rebentou. Na AGT o clima é de medo e de consternação e "as movimentações do SIC" dentro da instituição aumentam a pressão sobre os funcionários tributários.


A ordem da AGT foi para todos, incluindo os que estavam em regime de teletrabalho, regressarem às instalações da Administração Geral Tributária e, nesta fase, estão todos a trabalhar presencialmente, constatou o Expansão junto de várias fontes. "Há uma grande apreensão por parte das pessoas que trabalham na AGT agora, até porque está-se a meter tudo no mesmo saco e as pessoas honestas que aqui estão sentem-se envergonhadas", confidenciou uma fonte.

 

Nos olhares que se cruzam e nas conversas trocadas nos corredores está sempre presente a pergunta: "quem será o próximo a ser preso?" "Este é o sentimento vivido por todos. É obvio que há um mal-estar generalizado", sintetiza a fonte, notando que, apesar de terem perfeita noção das repercussões que este caso ia ter, os responsáveis da AGT preferiram denunciar os indícios de crime às autoridades, em vez de fecharem os olhos ao que se passa, como acontece noutras instituições do Estado, onde se "abafam" comportamentos criminais.