Luanda - A mais recente indicação de uma das filhas do Presidente da República, ainda que interinamente à frente da BODIVA fez ressuscitar um velho problema em Angola nomeadamnte o fenómeno de nepotismo em cargos públicos.
Fonte: VOA
Isto à semelhança do que já tinha acontecido com Isabel dos Santos, filha do antigo presidente Eduardo dos Santos, quando tinha sido nomeada para PCA da Sonangol.
Com efeito tornou-se viral a discussão na sociedade angolana, a indicação de uma das filhas do presidente da República, para dirigir a BODIVA.
A VOA falou com o economista Américo Vaz que tratou de esclarecer que em relação a Sonangol sim pode haver nepotismo mas no caso actual da filha de João Lourenço na BODIVA Isso não existe.
"Em relação à BODIVA é uma sociedade anónima, em que o estado aparece por via do ministério das Finanças com uma participação de 30 porcento, o restante são accionistas privados, Bancos, Seguradoras e outras entidades”, disse Vaz que explicou que no caso da filha do actual presidente, quem a nomeia são os acionistas da BODIVA que constituem a maioria em Assembleia Geral.
“Aqui aqui neste caso não há nepotismo, ou favorecimento", acrescentou peremptóriamente
Contudo o especialista diz que isto não significa que não existam casos de epotismo no país e dá exemplos:
"Me parece que a AGT (Administração Geral Tributária) é caso flagrante de nepotismo, há também no SME (Serviço de Migração e Esgrangeiros), aí onde há alguma qualidade de trabalho quem ocupa esses cargos são familiares de titulares de cargos públicos”, disse.
“Hoje quem ocupa os melhores empregos no aparelho estatal são pessoas ligadas a aqueles que ocupam cargos de direcção no País e isto viola leis de probidade (e) por isso as nossas empresas públicas não são competitivas e nem são orientadas para o mercado.", acrescentou
José Severino, presidente da AIA (Associação Industrial de Angola) diz haver inúmeros casos de nepotismo
"Não há rigor nos processos de preenchimento de cargos no aparelho do estado, depois há também o chamado cruzamento de nepotismo que quer dizer: Eu ajudo o teu filho e tu ajudas o meu”, disse.
“Há áreas do estado em que os filhos dos dirigentes angolanos estão lá, estes lugares por regra deviam ser ocupados por concursos públicos que não existem e isto está enraizado no modus operandi de muitas organizações”, acrescentou.