Luanda - Antes de abordar a situação da ruptura entre o leão Americano em negociações Donald Trump, e o comediante Ucrâniano Zelensky, devo dizer que ajuda é quando alguém faz um bem a uma pessoa, empresa ou país a troco de nada. Ou seja, simplesmente pela solidariedade.
Fonte: Club-k.net
Nos casos dos países, o que tem acontecido são troca de interesses. Em que a Ucrânia quer apoio financeiro e militar, e os Estados Unidos querem explorar as terras aráveis e outros recursos naturais que a Ucrânia oferece. Ou seja, os Estados Unidos não estão a defender os interesses da Ucrânia, mas os seus.
Durante o período do conflito, a Ucrânia percebeu os reais interesses dos Estados Unidos, daí que não só eles estavam dependentes dos Estados Unidos, mas como também os Estados Unidos estavam dependentes deles. Pois existe uma luta de expansão e exploração de recursos escassos e territórios entre a Rússia e os Estados Unidos, para alimentar suas indústrias.
Não é por acaso que o Presidente Ucraniano foi recebido no salão oval da Casa Branca, um espaço do mais alto nível da representação da Presidência Americana. O que comprometeu este encontro, foi o desvio do foco no assunto, e o tratamento que o Presidente Ucrâniano teve na Casa Branca.
Muitos dizem que o Presidente Ucrâniano desrespeitou a Casa Branca, na verdade foi as pessoas da Casa Branca, sobretudo um dos jornalistas que desrespeitou o Presidente Ucrâniano. Num assunto sensível, em que um Presidente desloca do seu país para o outro, depois de ouvir muita coisa sobre si desta mesma administração, era desnecessário as perguntas que lhe foram feitas a respeito da indumentária do Presidente Zelensky.
O excesso de confiança do Presidente Trump, transcenderam os limites do respeito mútuo que fazem parte das negociações entre Estados.
Isso fez despertar em Zelensky, de que entre negociar com os Estados Unidos e a Rússia daria no mesmo. Ou seja, até com a Rússia parece ser mais vantajoso. O princípio basilar de uma negociação, é o respeito mútuo, e a cedência.
Mas a imposição e humilhação, colocam o ser humano na defensiva que lhes faz ver outros ângulos ou opções estratégicas.
Dada a minha experiência em negociação, Zelensky, é um bom negociador. Nesta altura, ele tem duas opções de propostas para decidir, uma da Rússia e outra dos Estados Unidos. Como diz Paulo Flores numa de suas músicas: Pior do que ele esta, também não fica.
Em todo denserrolar do processo de negociação até chegar a Casa Branca, a administração do Presidente Trump, demostrou que precisam mais da Ucrânia, do que a Ucrânia dos Estados Unidos.
Em negociação, isso é uma grande falha! Houve mesmo momentos em que Donald Trump disse que a decisão da Ucrânia poderia inclodir numa terceira guerra Mundial.
Um país ainda que não for potente, mas que é tão relevante no contexto da geopolítica mundial, segurança alimentar e não só, ainda que parece estar em desvantagem, o tratamento dado ao seu Presidente não poderia ser aquele.
Acredito que o Presidente Zelensky, se não aprendeu muito sobre negociações, deve ser instruído de como deveria agir. Na leitura que faço, o Presidente Zelensky, não foi para assinar o acordo, mas para encontrar uma brecha para não assinar e elevar o seu valor entre as potências que disputam a exploração das terras aráveis e outros recursos naturais que a Ucrânia possui.
Neste momento, ainda que surgir desculpas públicas, mas Zelensky conseguiu se posicionar, e pode alterar os termos do contrato em tudo aquilo que ele não concorda.
Como prova de uma boa estratégia em negociação, Zelensky saiu do encontro, mas está aberto a negociar