Luanda - Que maravilha seria se todos os africanos que decidiram atravessar mares e continentes para tentar uma vida melhor simplesmente... desaparecessem da história dos seus países! Afinal, segundo alguns génios da alta governação, "aquele que vai não faz falta". Pois claro! Quem precisa de remessas que representam 10%, 20% ou até 30% do PIB, como em Cabo Verde, por exemplo? Dinheiro estrangeiro? Investimentos em casa? Desenvolvimento de comunidades? Que exagero! Nós gostamos mesmo é da pobreza nacional legítima, autêntica, produzida cá dentro.
Fonte: Club-k.net
Vejamos Cabo Verde: uma ilha seca, que, com o suor dos seus filhos emigrados, conseguiu construir escolas, hospitais e desenvolver o turismo. Sem a Diáspora "Os que não fazem falta", estariam hoje a vender vento em garrafas, que é o único recurso natural garantido. Mas, sinceramente, que importância tem isso? Para quê apoiar a Diáspora se ela "não faz falta"?
E olhem para a Nigéria: essa insignificante contribuição de 25 mil milhões de dólares anuais em remessas da Diáspora "os que não fazem falta", um dinheiro que chega a ser mais do que o investimento estrangeiro directo no país. Claro, totalmente dispensável. O país prospera tão bem com a corrupção e a instabilidade interna, que quem está fora só atrapalha.
Etiópia? O que é que a Diáspora "os que não fazem falta", tem a ver com o crescimento económico e os projectos tecnológicos lá implantados? Nada. Apenas trouxeram inovação, conhecimento e investimentos — coisas absolutamente inúteis para quem prefere discursos vazios a resultados concretos.
E Angola? Oh, em Angola é até bonito de ver. Os filhos da Diáspora "os que não fazem falta", mandam divisas para construir casas, educar irmãos, abrir pequenas empresas, mas nós sabemos bem que "não fazem falta". Quem precisa de gente formada lá fora, com experiência em economias mais avançadas, que poderia ajudar a diversificar a nossa economia e construir uma sociedade mais justa? Nós preferimos os que ficam, mesmo que seja só para criticar nos cafés e nas redes sociais, sem nunca ter recursos para fazer mais do que isso.
Portanto, fica a homenagem: viva a ignorância institucionalizada! Viva a arte de cuspir no prato onde poderíamos comer! E que continue a política brilhante de desvalorizar todos aqueles que ousaram sonhar e levar o nome do seu país para além das suas fronteiras. Porque, convenhamos, sonhos são uma perda de tempo. Fiquemos com as migalhas. É mais seguro.