Toronto - O discurso pronunciado por Sua Excelência José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, na Cerimónia de Abertura do Ano Parlamentar da Assembleia Nacional, foi animador, promissor e motivo de celebração simplesmente no campo atinente à “militância partidária”. Em parágrafo conclusivo, uma “caricatura política” -muito- comum com o fito de destacar os feitos invisíveis na sociedade em geral.
Fonte: Semánario Angolense & Club-k.net
“A Fome não espera”
Ressalto um “slogan” descrito pelo estadista angolano que focarei nesta intervenção:
“O combate à fome e a luta pela redução e erradicação da pobreza, pelo seu impacto na vida da população, constituem dois dos maiores desafios que se colocam hoje ao Estado angolano, pois são preponderantes para se construir uma sociedade mais próspera e de justiça social.” - Presidente angolano José Eduardo dos Santos.
É oportuno, abrir um parêntese antes de embarcar para o ponto em discussão: “A fome não espera” tarimba de um velho amigo -bem- conhecido entre os angolanos na diáspora e um dos mais influentes articulistas de opinião no site do Club-k.net. E coincidentemente, este obreiro simpatiza-se com os “ideias” fundamentais do MPLA. Estou a falar de Nelo de Carvalho, para ser mas preciso.
É com base da tese a “Fome não espera”, que conecto com a intervenção feita pelo presidente da república quanto a “erradicação da pobreza”.
Estou seguro, que existe a boa intenção. Também acredito que na esfera no executivo do Presidente da república existem “pensologos” com bases sustentáveis de esboçar um projecto lógico, coerente e convincente para a erradicação da pobreza. E por último, há que ter em consideração que como “seres sociais” e motivados por princípios básicos universais a noção do bem-estar para “todos” é a premissa fundamental de qualquer governo.
Porem, resta saber se o presidente angolano JES no seu discurso meramente numérico segundo Ngola Kabango, foi plausivelmente convincente em conectar o nexo com a lógica.
“O crescimento da economia angolana foi dos mais elevados do mundo desde que alcançamos a paz.” Reafirmou o presidente angolano, para mas adiante resumir que “Entre 2002 e 2008 o Produto Interno Bruto (PIB) multiplicou-se por 2,6 e a taxa média anual de crescimento cifrou-se em 14,6 por cento.
Numa perspectiva miuda ou terra-a-terra o presidente Angolano fez saber à nação que em seis anos a economia angolana cresceu cerca de 87.6% - (2002-2008)*14.6% = 87.6% -
Em jeito comparativo acredito ser oportuno apresentar os seguintes factos:
- A economia Canadiana de 1961 até 2010 teve um crescimento de 0.84%. O ano histórico canadiano neste campo ocorreu em 1963 com um crescimento de 3.33%.
- Por outro lado, economia japonesa num período entre 1980 até 2010 teve um crescimento de 0.55% e 1990 foi o ano histórico neste país asiático com um crescimento de 3.15%.
- Por último, a economia Alemã entre 1991 até 2010 teve um crescimento de 0.28% e o ano histórico foi em 2010 com um crescimento de 2.20%.
Portanto, num prisma lógico segundo o relato numérico do presidente da república a economia angolana nos últimos seis anos (87.6%) superou o crescimento económico total da economia Canadiana, Japonesa e Alemã (1.67%) por uma média acima de 85.93%. Em balanço, o crescimento anual das três grandes potências enumeradas apesar de rondar abaixo de 1% anual o impacto foi sempre visível na camada mas pobre. Genericamente falando, o crescimento estatístico enumerado foi sempre evidente em todos os sectores da economia. A destacar, no ramo da assistência social, alimentação e em infra-estruturas como energia, agua, transportes e alem.
Contrariamente, resta saber se a cifra dos 87.6% descrita pelo presidente angolano foi igualmente incluída as linhas de crédito concedidas por vários países aonde a China lidera a lista. Assim sendo e em síntese, o crescimento numérico evocado pelo estadista angolano contradiz os seguintes factos:
- Fome, falta de abrigo, falta de assistência medica, falta de serviços básicos tais como água potável, energia, escola….
Dito isto, tenho a concluir que a “fome não espera”. É, portanto, esta intervenção uma tentativa de esclarecer as idealizações partidárias bem como, formular uma conclusão singular e dialéctica sobre crescimento económico e directo impacto na sociedade.