Luanda - Ele é um rei que chefia um país bem graaande na face da terra. Este país é muito rico mas o seu povo um dos mais pobres do mundo. Sua majestade já se encontra no trono desde ‘Mil novecentos e uaué’, tem uma idade de ir descansar e cuidar dos netos, mas não tem a mínima intenção de abandonar ou passar o poder para outro.


* Júlio Gomes "Gomito"
Fonte: Club-k

No país do S.G. gamam bué buéréré !!!

No país de sua majestade as leis são escritas a lápis. Sua majestade carrega sempre consigo um lápis e uma borrachinha branca. Quando lhe dá na cabeça, o monarca apaga com a sua borrachinha branca aquelas leis que não lhe convêm e escreve leis que lhe convêm.


Na verdade ele é um rei ilegal. Mas como o povo dele gosta bué do vinho e da cerveja, então o Mais velho, um certo dia, pensou assim: “que tal se eu atacar esse ponto fraco p’ra que esse povo burro não dê conta que lhes ando a aldrabar?”. E o resultado foi...bingo!!! Desde então ele domina o seu povo. O domínio que ele tem sobre o seu povo é comparável com o domínio que uma mãe experiente tem sobre um bebé que cada vez que começa a chorar, a mamá dá-lhe de mamar...um calmante. A cerveja e o vinho acalmam o seu povo tal como o leite acalma um inocente bebé.


Sua majestade tem buééé de filhos. Todos eles e elas são empresários, um verdadeiro talento natural. Por ‘mérito próprio’ os filhos do rei têm bué de dinheiro e fazem parte das pessoas mais ricas e bem sucedidas na parcela de terra pertencente ao papá.


Certo dia apareceu do nada uma filha do rei que nasceu há muito tempo atrás num país estrangeiro. Apesar de já ser uma senhora, ela também gostaria de ser reconhecida pelo papá. Mas infelizmente o papá surpreendeu a todos os habitantes do seu país negando a paternidade. “Minha querida chegaste tarde demais”, palavras de sua majestade.


Normalmente o monarca nunca dá entrevistas na televisão dele. Mas quando foi o momento de bater o coro que não era o papai da senhora, mandou os seus capangas chamar o jornaleiro Canjica do Tempo Para Aldrabar (T.P.A.). Os capangas entregaram ao jornaleiro umas perguntas ditadas pelo rei. Mais tarde o senhor Canjica foi chamado ao palácio para bater o coro de que estava a entrevistar o chefe. Desta forma o caso foi abafado, e ninguém mais fala do assunto.


Jogar xadrez e baralho são uns dos hobby’s do Soba Grande (S.G.). Querendo ou não é sempre ele o vencedor. Recentemente movimentou as suas pedras. Qual será a má intenção dele desta vez? Ninguém sabe. Contudo aquele que estava lá passou p’ra cá, enquanto que aquele que estava cá passou p’ra lá. Ele também baralhou as mesmas cartas de sempre e voltou a destribuí-las.


As cartas e as pedras de xadrez são humanas, coisa única! Quando o chefe se põe a baralhar as cartas e a movimentar as pedras, todos apertam as nádegas pelo medo de não saberem onde poderão cair. “Será que desta vez vou perder o tacho?”, pergunta mais frequente.


No país do S.G. há bué de corrupção. Os membros da administração do S.G. gamam bué buéréré buéréré!!! Essa é a forma de eles garantirem o futuro quando caírem definitivamente. Um dos ministros que caíu definitivamente chama-se Samuel Bebelais. Esse ministro gamou bué buéréré buéréré. Parece até que queria ter mais kumbú que o soba em tempo record. Granda erro!!!! O soba não admite esse tipo de abusos. Por isso é que cortou as mãos compridas do Bebelais. Há uns boatos de que o Bebelais gamava bué porque precisava de manter 9 mulheres. Mas ninguém sabe ao certo de onde vinha aquele vício nocivo.


Um dia desses o soba não convidou o tal de Kavukuva a uma festa. Granda maka!!! Kavukuva ficou chateado e exigiu explicações. Então o Soba Grande pensou assim: “vou mandar um dos meus capangas bater o coro de que houve um erro da parte dos meus capangas”. O erro é sempre dos outros, nunca do próprio monarca.


O capanga Trejó chamou o Kavukuva e deu-lhe um granda improviso, um verdadeiro banho daqueles. No fim do encontro com Trejó, o tal Kavukuva, que no início estava bem chateado, ficou bem mansinho. Estava tão mansinho que até disse assim nas câmaras do Tempo Para Aldrabar: estou satisfeito!!! Há quem diga que ficou manso por causa do vinho verde que lhe deram. Há outros que dizem que ele ficou com medo duns cães de guerra bem grande que protegem o Soba Grande. Aqueles cães só mordem uma vez quando querem acabar com alguém.


Mas quem é o tal Kavukuva? Dizem que ele é o chefe dum grupo oposto que quer acabar com a monarquia e instaurar uma república democrática. Mas a verdade é que ele nem oposição sabe fazer. Ele também é ditador lá dentro do grupo dele. No grupo dele os que pensam diferente são postos de parte. Até agora ele ainda não convocou um tal congresso para novas eleições dentro do grupo dele. Parece que anda a seguir a mesma picada que o rei do país.


Prevê-se que o rei tem planos de promover o seu primeiro filho varão a rei lá para “Dois Mil e Uaué”. Nada confirmado. Por enquanto só mujimbos. O filho do rei chama-se Meno.


Aqui é já só esperar. Não há mesmo nada mais a fazer. O povo do país do rei não gosta de escola e bebe bué buéréré. O tal Kavukuva e o seu grupo republicano oposto já virou marionete mesmo.


Vamos fazer mais como então, se esse o prugulema que estamos com ele?