Lisboa - As autoridades angolanas recuperaram USD 40 milhões de dólares depositados numa conta bancaria em Cabo Verde que estavam em nome do antigo CEMGFAA, Francisco Pereira Furtado. Uma apreciação do Serviço de Inteligência Militar (SIM) que vinha seguindo os seus passos alega que dos 40 milhões, 18 terão sido desviados da compra de cabazes paras as tropas em 2009 enquanto que os restantes são provenientes do fundo operativo do Estado Maior.
Fonte: Club-k.net
Depositou em Cabo-Verde
Francisco Furtado que vinha sendo vigiado pelo Serviço de Inteligência Militar, tinha como cúmplice, um oficial do seu gabinete identificado por Coronel Mendonça. Ambos estavam a ser acompanhados pelo tenente-general José Peres Afonso, o chefe da Direcção Principal de Contra-Inteligência Militar que por sua vez reportava ao general “Zé” Maria.
Numa operação de desmantelamento, o SIM teria munido os órgãos de justiça sobre ocorrência de praticas tidas como ilícitas ao longo do seu consulado. Em Outubro/Novembro, uma delegação angolana integrada por elementos da PGR e SIM deslocou-se a cidade da Praia para recuperação dos dinheiros em nome do general angolano “guardados” naquela ilha. De acordo com conclusões dos contactos, as autoridades angolanas acabaram por decidir que os valores fossem revertidos em forma de empréstimos para o governo de Cabo Verde
As autoridades angolanas mostram-se decidas em prosseguir com o processo de investigação contra o mesmo para que responda em juízo pelo desvio de patrimônio militar. As mesmas, segundo justificação interna, aguardam primeiro que se resolva o problema judicial do antigo comandante provincial de Luanda, Joaquim Ribeiro para de seguida levantarem o caso de Francisco Furtado cujas irregularidades ao longo do seu consulado podem ser brevemente resumidas nas seguintes linhas a saber:
- Introdução de uma empresa do seu irmão para mediação de compra de viaturas na China pondo de parte a Direcção Principal de Armamento e Técnica do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), chefiada pelo general Fernando Araújo. Algumas das viaturas foram desviadas para Cabo-Verde a titulo privado.
- Uma frota de carros luxuosos que seriam entregues aos oficiais superiores e que havia sido extraviada acaba de ser recuperada a partir da cidade do Lubango. Os carros estavam todos num parque particular e longe dos registros oficiais.
- Ausência de condições nos quartéis; Teve um mandato marcado pela ausência de fardas e botas para os soldados.
- Incompatibilizou-se com muitos dos oficias superior do exercito. Chegou a faltar com respeito a um dos mais emblemáticos general angolano, Salviano Sequeira “Kianda”, antigo Vice-CEMGFAA e este por sua vez advertiu que “era seu mais velho”.
- Desentendeu-se com o chefe do SIM, general José Maria. Quando este estava a reestruturar o SIM, o general Furtado chegou a fazer-lhe desfeitas nas propostas de promoção de nome de oficias do SIM que “Zé” Maria lhe teria remetido via direção de pessoal e quadros. O Chefe do SIM mostrava-se também deselegante com a forma que estava a dirigir o exercito tendo lhe passado um “certificado” de incompetência a margem de uma reunião com o Comandante-em-Chefe, José Eduardo dos Santos
Francisco Furtado vê se agora prejudicado da iniciativa presidencial que previa acomodá-lo como próximo embaixador de Angola na Nigéria. Foi notado que o seu nome já não consta na ultima lista de embaixadores a serem nomeados, e em mãos da assessoria diplomática da presidência.
Em meios que privam com o mesmo denotavam nele, não muita apetência pela diplomacia. Fazia gosto de ser despachado como governador provincial na Huila, onde tem alguns bens e residências. (Tem uma casa na zona nobre do bairro Nossa senhora do Monte e esta a construir uma super mansão a beira da montanha).
Furtado que é filho de pais cabo verdianos que o levaram a Angola quando era ainda bébé, foi um dos mais impopulares CEMGFAA que ascendeu a este cargo. Na altura, o Comandante em chefe nomeou sem consultar o conselho de Defesa de Angola provocando um surdo descontentamento nas forças armadas angolanas. Os militares tinham como preferência, o então chefe de Estado Maior do Exército, General Mateus Miguel Ângelo " Vietnam" que melhor posicionado estava na linha de sucessão.