Discurso do Chefe de Estado antes da Sessão extraordinária da Comissão Permanente do Conselho de Ministros
Menongue, 16 de Junho de 2011
Integra da intervenção do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na abertura da sessão extraordinária da Comissão Permanente do Conselho de Ministros, hoje, quinta-feira, na cidade de Menongue, província o Kuando Kubango.
Muito obrigado, Sr. Governador da Província do Kuando Kubango pelas suas palavras de boas-vindas, e pedimos que transmita à população do Kuando Kubango e às autoridades políticas desta província os nossos agradecimentos pela saudação calorosa de que fomos objecto à chegada e de todas as manifestações de simpatia e de atenção de que estamos a ser alvo desde que chegamos à cidade de Menongue.
Não foi por acaso que escolhemos esta cidade para realizar esta reunião da Comissão Permanente. O Executivo e o partido maioritário têm dedicado desde sempre uma atenção especial a esta província do Kuando Kubango.
Foram definidos programas especiais e alguns específicos. Foram determinados mecanismos para a sua implementação e indicadas altas personalidades do Executivo e do partido maioritário para o acompanhamento contínuo da implementação desses programas.
Todavia, achamos que essa atenção não é suficiente. Por esta razão estamos aqui, para definir novos programas, reajustando os precedentes e mobilizar vontades, capacidades para implementar esses programas a fim de transformarmos Kuando Kubango numa terra produtiva e numa terra de esperança.
Portanto, uma região produtiva, uma terra de esperança é o que nós pretendemos conseguir nesta província do Kuando Kubango. E a esperança foi aberta com a vitória na batalha do Kuito Kuanavale. Já lá vão muitos anos desde que Angola conseguiu esta importante conquista que ajudou a mudar o panorama político da África Austral, mas a esta conquista, esta vitória militar e política seguiram-se outras importantes vitórias, graças ao esforço e ao sacrifício dos angolanos, e também à ajuda da comunidade internacional, particularmente daqueles que estiveram ao nosso lado nesta altura, internacionalistas cubanos, particularmente.
Portanto aqui nestas terras lutaram e se sacrificaram milhares e milhares de cidadãos angolanos provenientes de todas as partes do território nacional, irmanados no mesmo objectivo, lutaram para expulsar o inimigo sul-africano, lutaram para conseguirmos a paz e a estabilidade, e caminhar para um processo de reconciliação.
Hoje somos novamente chamados a estar juntos, sem olhar para a cor da pele, para a tribo, para o nível de escolaridade, para o estatuto social.
Temos de estar de novo juntos nessa nova batalha para mudar a realidade do Kuando Kubango e criar melhores condições de vida para as nossas populações.
Eu penso que juntos, vamos conseguir resolver os nossos problemas. Tenho fé nisso, porque confio na capacidade dos nossos quadros, confio também no nosso povo. Aliás, essa confiança é recíproca. No passado tínhamos como lema a aliança FAPLA/Povo que era o esteio de toda a nossa actividade que nos conduziu a grandes batalhas e grandes vitórias e outros sucessos.
O povo, em todo o território nacional, desde o tempo da luta de libertação nacional aderiu aos ideais defendidos pelo MPLA. Confiou na direcção do MPLA e continua a depositar essa confiança no MPLA. E é com base nessa confiança que temos esperança de poder modificar a situação aqui no Kuando Kubango.
Vamos gizar programas nesta sessão para resolver problemas da população, mas estes não serão os últimos programas. Vamos acertar, reforçar, reajustar, depois de auscultarmos as autoridades locais, governo da província, os membros da comissão executiva do partido maioritário, para que possamos caminhar mais depressa.
Nós temos pressa porque os problemas são prementes, nos domínios da água potável, energia, saúde, educação, da produção alimentar por forma a conseguirmos a auto-suficiência e combater a fome e a pobreza, e a criação de emprego para jovens, empregos todos que tenham idade activa para contribuir para o desenvolvimento nacional.
Portanto, estes problemas estão nas nossas agendas. Temos algumas soluções para agora, temos soluções para curto prazo e temos soluções de longo prazo. Mas insisto, não nos percamos em problemas secundários. Não enveredemos para a via da divisão da população, do tribalismo, o racismo, o separatismo são métodos maus que minam a coesão, a unidade nacional, a união e unidade necessária para acção vigorosa.
Por isso termino como comecei. Eu penso que juntos vamos conseguir resolver os nossos problemas. Tenhamos esperança em dias melhores e contamos com o apoio da população. Confiamos no nosso povo e só juntos é que poderemos realizar os nossos sonhos.
Com estas palavras respondendo ao breve discurso do Governador da província do Kuando Kubango, eu também faço introdução à discussão da agenda de trabalho.