Lisboa – A decisão do regime angolano em devolver a liberdade dos jovens manifestantes de sábado (03), (na secção final em tribunal) esta sexta-feira, é atribuída a falta de provas que comprometem os jovens mas também a uma falta de coordenação entre os agentes da polícia e os do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado. A conclusão é apoiada nas imagens de vídeo captadas por um profissional do SINSE, no decorrer da manifestação dos jovens.
Fonte: Club-k.net
SINFO e Polícia entraram em dissintonia
Simão Bento, o juiz que conduz a sessão da sentença contra os jovens foi antes chamado pelo circulo do regime para fazer uma apreciação do vídeo. Ao longo do julgamento esta Quinta-feira, aquele magistrado foi confrontado com uma evidencia idêntica que inocenta os jovens de algum acto de agressão contra os agentes da polícia. A testemunha-chave, neste caso, foi Alexandre Salombe, o correspondente da Voz da America que apresentou fotografias feitas na manifestação em que poderia distinguir-se que os jovens estudantes estavam trajados de camisolas vermelhas e amarelas e os que agrediam eram elementos apresentados como parte de um corpo dos serviços de segurança.
O Processo decorre apenas em forma de formalidade, porem, os jovens deverão ser soltos por falta de fundamento das respectivas agressões/acusações.
A saber:
- Um casal de médicos cubanos que assistiu os agentes da polícia (que fizeram a queixa-crime), não garantiram que as lesões tinham sido causadas por briga na manifestação.
- Os policias apresentaram 13 pedrinhas como prova dos objectos atirados pelos manifestantes. Porem, o juiz pediu que os agentes identificassem , esta sexta feira, quem de facto foram os jovens que atiraram –lhes as pedras. Nas imagens apresentadas, como provas, por Alexandra Salombe, os jovens não tinha objecto nas mãos nem sequer uma lapiseira.
- Analise do caso de dois comandante da policia identificados por “Orlando” e “Franco” que ao estarem presentes no momento da agressão contra os jovens, denotaram cumplicidade com os elementos a civil que agrediram os manifestantes.
Durante o julgamento, o juiz mostrou-se indigno com as queixas dos jovens que denunciaram torturas a que estavam a ser submetidos tal como outros pontos; ficaram privados de tomar banho durante 7 dias, e a falta de alimentação. Outro caso de indignação, neste caso, esteve haver com o mais jovens dentre os detidos que foi mordido pelos cães da policia sem no entanto ter recebido socorro médico. Para a sessão de sexta-feira, o Juiz deverá quer saber as motivações que levaram a policia em não ter socorrido o jovem nem de o ter levado para apanhar vacina do tétano.
A falta de coordenação que se atribui entre a Polícia Nacional e o SINSE resultando na ilibação dos manifestantes; denota que ambas as instituições terão descartado um encontro de trabalho em que pudessem ver forma como incriminariam os jovens. A Polícia Nacional terá se precipitado em declarar os jovens como “agressores” dos agentes. Carmo Neto, o porta-voz do comando geral, terá assinado uma nota sem ser da sua autoria. Foram apresentados, tribuna, como lesados por parte policia, os agentes Henrique Weslei, João Casacala Nola e Paulo Boco Vunda.
O facto de o juiz ser ainda um estudante do curso de direito foi visto pela defesa das vitimas como um indicador de que as autoridades desejavam repreendê-los.
O julgamento prolonga-se, até sexta feira devido ao numero de jovens manifestados a serem ainda escutados. Caso fossem declarados culpados, os mesmos iriam pagar apenas caução e de seguida seriam postos em Liberdade.