Luanda -  Desde os tempos mais remotos é discutida a importância dos alunos em sala de aula. Ela é fundamental para o aprendizado, é à base da nossa vida tanto profissional como social, é a instituição mais importante porque só através dela é que as pessoas adquirem conhecimentos, é o lugar de formação, a educação deve ser disponibilizada para todos. A educação formal ou acadêmica é função da escola e seria uma continuação da educação familiar, pais e escola devem educar juntos para um bem maior.


Fonte: Club-k.net



A criação de um verdadeiro cidadão, construtor de um futuro melhor para as próximas gerações, depende em muito dessas alianças. Isto fundamenta-se na crença de que vale a pena estudar para participar do processo de reconstrução nacional de Angola. Participar deste processo tornou-se uma luta absurda a partir da aderência ao ensino médio. Falo em absurdo em função dos altos gargalos que ocorrem para a adesão a essas instituições publicas de ensino. Percebe-se porém que em Angola, os alunos ao terminarem o primeiro grau, preocupam-se em procurar verbas para pagar as matriculas, algo em torno de 400usd a 500usd a alguns professores, parentes, conhecidos e familiares para assim formularem os seus pedidos de adesão as instituições. Esses valores citados são remetidos aos proprietários dos pedidos. Segundo se diz, cada funcionário tem direito a uma vaga, como fica a ingresso destes que não  têm parentes para essas respectivas vagas? como o filho do camponês, vendedor ambulante, bagageiro, segurança terá  acesso ao essas instituições? uma vez que estes valores pecuniário está fora de sua alçada.



Tais praticas acabam se tornando um entrave para quem realmente gosta de estudar.  Este tem se tornado um grande problema as populações de baixa renda, visto que seus salários são incompatíveis a essa demanda. Depoimentos colhidos cujos alunos entrevistados preferem o anonimato, alegam que muitos ficam fora do sistema de ensino, muitos chegam a ficar de um a dois anos em casa sem estudar até que conseguem o dinheiro para ter acesso ao ensino médio, a maior parte dos jovens vão a procura de emprego as construtoras civil, outros simplesmente param de estudar por falta desses recursos, vendo assim suas oportunidades de crescer serem sucumbidas, o que de certa forma causa um desgaste físico e emocional perante tais fatos.



Na verdade o que se verifica deste processo é a corrupção que paira no sistema educacional em Angola.  Uma vez que é inadmissível que as elites do país não observam isso. Sistema esse alimentado pela corrupção nos mais altos cargos hierárquicas das instituições do país. Sendo assim seria cabível as instituições do Estado criarem mecanismo que viabilizassem este  ingresso de forma transparente, agilizando testes de aptidão como forma de facilitar a inclusão das camadas mais baixas, ou a criação de programa nacional de ensino médio.



Vale ressaltar que em Angola não existem programas de inclusão ao ensino médio criado pelo ministério da educação, especificamente em Luanda. Pelo contrário, em vários países, após a conclusão do primeiro grau, os alunos fazem a inscrição as instituições para que tenham acesso ao segundo grau, e participam de programas criados pelo ministério da educação, o que facilita o encaminhamento de forma transparente dos alunos a estudarem sem pagar nada, uma vez que as instituições de ensino são publicas.



Observa-se porém que no desenrolar deste processo, após a inclusão dos alunos verifica-se o que se chama a gasosa do final de ano nessas mesmas instituições. Gasosa que na gíria popular traduz se em recompensa ao professor para transitar de classe, o que muitas vezes é instigado pelos professores, mães e país que concedem esses valores. O  que se verifica deste imbróglio todo, é que ocorre uma relação de mutua dependência entre professor e aluno (necessitado e deficiente), praticas  essas que vem se ramificando inclusive nas instituições de ensino superior do país. Além disso,  vale lembrar que praticas descabidas  que ofendem a moral publica vêem ocorrendo em tais instituições como relacionamentos extras conjugais entre professores e alunas em troca de aprovação, o que muitas vezes é justificado como a gasosa. Depoimentos colhidos por professores cujos nomes não serão citados neste artigo alegam que a remuneração irrisória faz com que a caminhem a esses atos vergonhosos, o que não justifica.



Tais práticas em muitos casos ocorrem devido a falta de fiscalização ou desinteresse  das instituições responsáveis. Engraçado ou aberrante, entenda você caro leitor, é que atos desse gênero, é do conhecimento dos principais responsáveis das mesmas e nada se faz a fim de impedir essas práticas corruptas.



Caminhando do jeito que está  o país irá comprometer as gerações futuras, inviabilizando as relações com o mundo a fora, e estaremos fadado ao fracasso, visto que são essas mesmas pessoas que irão governar o país nos próximos vinte a trinta anos.



Segundo Jean Piaget, a principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe. Devemos mudar esse paradigma, é a hora de dizer chega a corrupção. Um país desenvolvido se faz com mentes brilhantes, e altos investimento em educação.