Lisboa – Charles Ble Goude, ex-Ministro da Costa do Marfim, procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, é citado numa investigação internacional como estando a circular com um passaporte diplomático angolano que o apresenta com o nome de Carlos Cada, nascido na província do Uige.
Fonte: Club-k.net
Ex- apoiante de Gbagbo tornou-se angolano
Ble Goude que esta desaparecido desde Abril último foi o líder da juventude que apoiava o antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo. Foi ele quem se notabilizou com os discursos incendiários contra a missão da ONU assim como contra o novo presidente eleito, Alassane Ouatarra. A quando a captura de Laurent Gbagbo, ele teria se refugiado para a embaixada angolana, e despachado para local desconhecido.
Na altura, uma entidade diplomática angolana em Abdijan foi citada pelas agencias de noticias como tendo sido instruída para transmitir que Charles Bles Goude estava sob sanções da ONU, e que Angola não iria querer alienar as Nações Unidas nem com a Convenção de Genebra que prevê a não concessão de estatuto de refugiado político, a indivíduos que são alvos de sanções da ONU.
Não obstante, ao desmentido da entidade diplomática angolana, a investigação levada a cabo em meios internacionais possuía dados que apontavam que Charles Ble Goude estaria em posse de um segundo passaporte facultado pelas autoridades da Guiné-Bissau.
Em Junho passado, Charles Ble Goude voltaria a ser citado numa outra investigação como tendo entrado para o Benin, onde teria estado por algum tempo numa casa na cidade de Abomey Calavi. Ainda de acordo com a investigação, o ex líder da milícia juvenil movimentava-se apenas à noite, ladeado por dois guardas costas conduzindo um Range Rover e noutras vezes um Toyota Tundra. Do Benin, o mesmo tinha acesso a movimentações que o levavam a chegar ao Gana.
Charles Ble Goude que se encontra em parte incerta é o mais visível elemento que integra o grupo de antigos aliados de Laurent Gbagbo procurados pela justiça internacional. Um outro antigo dirigente que se encontra na sua condição de foragido é Maho Glofiéhi, que também se faz transportar por um passaporte angolano com a identidade de Marcelo Mendes, natural de Malanje.
Ambos Charles Ble Goude e Maho Glofiéhi teriam se cruzado, segundo uma informação publicada a 5 de Julho por uma publicação, o Secoolio da África do Oeste. A Publicação avançou que na véspera dos protestos contra o projeto de lei ao Presidente da República do Senegal, os dois políticos procurados pelo TPI, teriam sido visto no aeroporto Internacional Léopold Sédar Senghor, chegados do Gana, a bordo de uma aeronave alugada a uma empresa sul africana.
O Secoolio descrevia Charles Ble Goude como estando vestido de uma túnica branca enquanto que Maho Glofiéhi era descrito como estando trajado de um terno preto, gravata amarela e com a cabeça rapada. A publicação confirma também que os dois homens movimentam-se com passaportes da Guiné-Bissau e de Angola e que a identidade de ambos, nos respectivos documentos apresenta-lhes como estudantes.
A publicação cita canais de inteligências da Gâmbia que da como certa a presença dos dois homens na cidade de Sérécounda, deste país que faz fronteira com a Guiné-Bissau.