Maputo - Nos últimos tempos tem circulado na internet diversos manifestos escritos por cidadãos moçambicanos e nos quais verberavam o comportamento das elites empresarial e política angolana quando passam por Moçambique. Reclamam sobretudo do comportamento geralmente arrogante e até mesmo boçal dos angolanos a quem acusam de tratar os seus “irmãos do Índico” de forma desprezível por conta do volume das suas algibeiras. Há manifestos em que a relação é descrita como de patrão para criado.
*SG
Fonte: Club-k.net
Outro aspecto referenciado nas cartas é a voracidade com que as elites empresarial e política angolanas têm estado a comprar casas em Moçambique, principalmente na capital, Maputo. O incómodo é tanto maior quanto à incapacidade financeira da generalidade dos moçambicanos adquirir imóveis no casco urbano das grandes cidades.
Se em relação aos cidadãos comuns angolanos também referenciados como “farinha do mesmo saco” há um claro exagero – afinal em Angola os endinheirados representam uma ínfima parte dos angolanos –, já no que tange ao comportamento rude dos novos-ricos de Angola estão cobertos de razão.
Um exemplo disso mesmo aconteceu há sensivelmente dois meses, mais concretamente a 17 de Setembro passado, em Maputo. Os empresários Kito Dias dos Santos (Grupo Mãe Mena), Duarte e Frederico Cardoso (ambos do Grupo Ducard) mandaram fechar uma discoteca da capital moçambicana para que apenas eles desfrutassem dos prazeres da noite. Quem naquele dia passou por tal casa nocturna não pôde entrar porque o acesso foi vedado pelo dinheiro que jorrava das algibeiras desses angolanos.
Esse tipo de atitudes tem exasperado profundamente muitos moçambicanos que chegam a nutrir um sentimento de ódio aos angolanos, colocando no mesmo saco arrogantes empresários e políticos, bem como gente honesta e humilde.
*Salvador Gomes