Luanda - “ A própria Assolação por parte dos iníquos os arrastará, pois NEGARAM-SE a fazer JUSTIÇA. – Provérbios 21:7
Fonte: Club-k.net
SINSE (Serviços de Inteligência e Segurança do Estado), SIE (Serviços de Inteligência Exterior), SIM (Serviços de Inteligência Militar), pelo que se sabe oficialmente estes constituem a front-line da ‘equipa subterrânea’ de defesa do Estado de Angola, cujo trabalho geralmente não é divulgado pela imprensa e muito menos a composição interna de cada um destes tenebrosos orgãos, sombrios justamente por serem ultrassecretos e assim permanecerem, sobretudo por não serem fiscalizados por nenhum órgão de soberania logo não estão ao serviço da sociedade mas sim ao serviço ‘particular’.
SEGURANÇA DO ESTADO?
Apesar da lista acima, todas as estruturas de defesa do estado como as FAA, Policia Nacional etc., ‘trabalham’ para a segurança do estado, e no sentido mais amplo qualquer sector da vida nacional tem a segurança do estado sua primária preocupação e alvo, o cumprimento do objeto de trabalho de qualquer instituição (como o sector da Saúde - exemplo) visando positivamente o bem-estar dos Angolanos e de Angola visa também a real segurança do estado, no sentido mais amplo da palavra. A semelhança das FAA – por exemplo – se esta instituição não for competente na prossecução do objeto pelo qual foi criado, PERIGA A SEGURANÇA DA NAÇÃO e linearmente de todos Angolanos, em suma cada cidadão “é e deve sentir-se necessariamente um ‘soldado’ em benefício da segurança do estado”.
Nos regimes totalitários (a exemplo da antiga RDA da STASI e de CUBA) esta preocupação é muito mais abrangente e doentia. ‘Imprimia-se’ na mente dos cidadãos que o ‘estado’ era alvo permanente das intrigas e ‘patranhas’ do inimigo, este termo era demasiado extensivo elástico e medonhamente presente em todos os recantos do país e da sociedade, qualquer cidadão com um simples ‘estalar de dedos’ (exemplo) por não se fazer presente num ato politico convocado pelo partido da situação, ou qualquer futilidade contrario ao referido partido poderia ser rotulado de ‘inimigo’ ou subtilmente acusado de ‘fazer o jogo do inimigo’ (não sei qual dos dois o pior) e sofrer com base na abstrata e letal acusação a pior das sevicias, desde o ‘cancelar’ da liberdade física por tempo indeterminado, tortura e até mesmo a morte. Um estado latente de vigilância policial era implantado e encorajado, desenvolveu-se uma nítida sociedade policial, “cada cidadão é e deve sentir-se necessariamente…blá-blá-blá”. Assim o foi em Angola na chamada era do ‘mono’ e deu-se gratuitamente continuidade na atual era ‘stereo’ com nefastas consequências para o cidadão.
O CONTEXTO DO CONCEITO
Porem mudaram-se os tempos e obviamente mudam-se as atitudes (ou pelo menos assim devia ser) a RDA desapareceu do mapa político mundial e da sua STASI só ficou a ‘horrenda lembrança’ que para muitos milhares de cidadãos da Alemanha de hoje e não só ainda é motivo de pesadelo. No caso de Cuba, o celebre G-2 e a ‘Seguridad del Estado’ fizeram uma leve mudança, deixaram de manter os serviços de perseguição religiosa ou as igrejas, com a consequente liberdade religiosa, consequência da Perestroika de Gorbatchev, e atenuaram a pressão politica que mantinham pesadamente sobre os dissidentes políticos, estes parecem ser um bocado mais tolerados do que antes da ‘Glassnost’, mas o espirito de “espionite geral” mantem-se aceso, e diga-se de passagem com certa razão, o ‘Yankee’ mantem os seus planos caducos de fazer pressão pela força (em vez pela razão) para a violenta mudança politica de Cuba, mantendo e organizando grupos nitidamente subversivos e violentos com o propósito de provocarem ‘o dano’ material e humano na sociedade Cubana, óbvio este tem que defender-se, e pelo que parece os orgãos da segurança de estado têm sabido cumprir com o seu patriótico papel. – Abro aqui um parêntesis para dar continuidade ao raciocínio anterior.
Portanto todos os ministérios e instituições do estado devem primar por uma colaboração harmoniosa e sinfónica para a segurança do estado. Assim a Segurança do Estado é (devia ser) elaborada patriótica e voluntariamente por toda a sociedade, e coordenada pelo sector que foi implementada para o efeito como o SINSE por exemplo. Angola já não tem a particularidade de CUBA, não é perseguida por ninguém entre aspas, com exceção de Cabinda não há grupos a reclamarem seja o que for utilizando métodos violentos (a ameaça de terrorismo internacional não é um ‘ónus’ exclusivo de Angola). Embora isto não se queira dizer que se deve desarmar ou desativar as estruturas de defesa e inteligência exterior como os Serviços de Inteligência Exterior por exemplo, antes pelo contrario. A recente notícia de que os serviços secretos da Rússia, a FSB sucessora do KGB, prendeu um espião chinês que pretendia recolher informações sobre os novíssimos misseis S3000, em matéria de segurança não há amigos, no passado a KGB mantinha uma rede de agentes em todo o mundo, quer em países amigos como ‘inimigos’. Consta-se a propósito que os serviços secretos chineses são o mais ativo do planeta, ultrapassando de longe os níveis da KGB e da toda-poderosa CIA, até porque a estrondosa ‘segurança’ financeira dá-lhe ímpeto para o efeito.
SEGURANÇA DO ESTADO E A DEMOCRACIA
Cuba não tem um regime político pluralista e democrático como no caso de Angola, logo as estruturas e objetivos dos serviços secretos não podem (NÃO DEVEM) ser similares. Pelo que parece Angola insiste (será por pressão de CUBA?.. “não me parece”) em considerar os EUA e de certo modo a Europa ocidental como inimigos viscerais. EUA mantem relações diplomáticas com Angola, os EUA não estão apostados a empreender uma guerra secreta ou de qualquer natureza contra os interesses de Angola, como o fazem com Cuba, logo o texto e o contexto são nitidamente diferentes ainda que se possa dizer que tiveram provavelmente um ‘passado’ similar, é extremamente nocivo como nação viver do passado. Jesus Cristo alertou os seus discípulos; “ Ninguém que tiver posto a mão num arado e olhar para as coisas atrás é bem apto para o reino de Deus”. – Lucas 9:62
Tal alerta é útil para os governantes, o discurso de JES no Huambo, o estribilho tribalista na assembleia nacional: SULANOS! O esgrimir da debochada e patética ‘poesia’ de guerra (JES ganhou a guerra e ganhou a paz) por um oficial general e responsável de um dos elos dos serviços secretos – no caso os SIM - são indícios de dificuldade tremenda dos mesmos adaptarem-se e desenvolverem a nascente democracia.
Um oficial que ‘abandona’ voluntariamente a disciplina castrense para fazer impiedosa incursão nos meandros da política, constitui um ataque aos ‘pilares’ da segurança do estado. Tal descarado desafio a disciplina militar, deveria merecer uma comissão militar de inquérito semelhante a que foi submetido o general FG Miala, e provavelmente ser alvo de uma ‘exemplar’ despromoção.
O ALVO DA BÒFIA
Angola, com relação aos serviços secretos (e provavelmente como tudo o resto) ainda mantem os objetivos da época que Angola teve a similaridade antes mencionada com Cuba. A composição humana dos serviços secretos obedece a uma linha estrita de dependência e adulação canina a um único partido – ao invés da constituição – como principal requisito da candidatura e ingresso, no caso o MPLA-JES.
O SINSE mantêm os objetivos que a DISA,MINSE,SINFO manusearam ao longo e no tempo do conflito armado, tendo a UNITA e (agora) os partidos da oposição como principais alvos ‘a abater’, quer dizer malignamente afunilaram a definição de segurança do estado, ao combate aos partidos da oposição com vista ao seu total aniquilamento ou a sua parcial/total subserviência ao MPLA-JES, como aconteceu na extinta RDA e ROMÈNIA onde apesar do regime comunista vigente toleravam – entre aspas - partidos de oposição fantoches, para darem a impressão de ‘pluralidade’ politica e nada mais.
Pode-se ter uma ideia do acima mencionado se ‘vermos’ até onde está desdobrado o SINSE, até nas comunas e localidades mais recônditas tais como Cambundi Catembo, Vila nova de Seles, Caculama, Ebanga – só para citar estes -, porque o SINSE tem necessidade de tal desdobramento em locais tão recônditos? Se existe nestes locais a polícia nacional?
A resposta é simples, onde existir uma bandeira da UNITA ou de qualquer outro partido da oposição é objeto de trabalho da Segurança do Estado. Por isso o SINSE manter um verdadeiro exército de ‘trabalhadores’ e manusearem milhões de kwanzas por dia do erário público, para ‘comprar’ bufos e informações não de atividades que realmente põem a segurança do país em perigo, mas para cumprir agenda anticonstitucional do MPLA-JES, e isso sim; O verdadeiro perigo a segurança do estado. A PARTIDARIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES não é benéfica a segurança do estado.
Os serviços secretos, ao fazerem o jogo de um único partido colocam sem dúvidas o País em perigo. Os serviços secretos ao manusearem e protegerem a corrupção e os corruptos, põem indubitavelmente a unidade e a existência de Angola como País a um perigo extremo. A extinta URSS e a JUGOSLAVIA soçobraram como estados (que parecia monoliticamente de aço) com práticas similares a praticada pelo MPLA-JES, numa palavra por não primarem por desenvolver um REAL, constante e permanente diálogo, com os diferentes ‘atores’ dos mais diversos extratos da população e da nação, ao invés de cataloga-los como POTENCIAL INIMIGO (P/I) só por pensarem diferente do partido da situação.
FATORES QUE PERIGAM A SEGURANÇA DO ESTADO
A corrupção, desemprego avassalador que se constata hoje em Angola, periga a Segurança do Estado, a fraca qualidade da Educação, o incompetente labor do ‘incipiente’ sector da saúde, constituem na minha opinião o “quarteto fantástico do mal” de todas as vicissitudes que penaliza Angola e os Angolanos, logo o real perigo para a segurança do estado. Os partidos políticos da oposição existem a base e sob proteção da lei magna do País, e existem justamente para expurgarem qualquer ameaça á segurança nacional, nenhum partido pode arvorar-se em defensor único e intransigente da soberania nacional, tal desígnio é maldoso aos interesses de todos nós, assim como o foi no passado durante o desenrolar da chamada luta de libertação colonial.
Os números falam por si; até outubro 2011 morreram cerca de 6’000 cidadãos (de acordo dados oficiais do MINSAU) na sua maioria crianças de um mal evitável: Malária. 40% Da população desempregada, Angola na lista dos 10 mais corruptos do planeta – a corrupção escancara os portões da ‘fortaleza’ e corrói os alicerces da segurança do estado, Angola entre os 22 países com FOME permanente e o país rico mais pobre, o erário público a serviço de apenas 0,5% da população… será que tais ‘indicadores’ foram ‘produzidos’ pelo ‘inimigo’? Será que tais indicadores foram produzidos pela UNITA ou pelos demais partidos da oposição?
Caso BNA, desaparecimento de cerca de 300 milhões de USD, caso Furtado e o furto de mais de 40 milhões de USD, desaparecimento na própria PGR de cerca de 3 milhões de USD, Filhos de JES e ele próprio locupletam o erário público como se da ‘bolsa’ do papai se tratasse (dá a impressão que as finanças do país, estão instalados numa das dependências da residência de JES), compram tudo que gera dinheiro cá & lá – no exterior – ou lá & cá, gastam milhões e milhões de USD para proveito da matilha isto é da família, transformaram o MEU PAÌS o NOSSO AMADO PAÌS numa banal república das bananas e na vergonha geral no contexto das nações, tal foi obra dos partidos da oposição? Qual dos atores do caso BNA é membro de um dos partidos políticos da oposição? Furtado é membro da UNITA? Quim Ribeiro é membro do Bloco Democrático?... Que medidas o SINSE adotou para no futuro evitar a repetição de tais predadores atos que mina perigosamente a segurança da nação?
Fechando o parêntesis e voltando a ‘vaca fria’ Cuba e G-2, asseguro e tudo assim leva a crer que estes serviços de Segurança do Estado têm feito cumprir escrupulosamente a lei em Cuba. Cuba é um exemplo raro no contexto das nações, de (RICA) gestão de um país (POBRE) quase sem recursos com uma prodigalidade de benefícios socioeconómico a favor do cidadão, excetuando obviamente na produção dos elementos mais básicos da democracia; Liberdade de expressão. Em Cuba não há corrupção, o desemprego é quase zero, mantêm um espetacular e bem ordenado sistema de saúde, o sector da educação é igualmente exemplar, competindo com o poderoso sistema de educação do gigante vizinho do norte. Tais fatores mantem o país a leste da violência e delinquência que assola os restantes países do continente americano. Alguma similaridade em Angola com a atuação da bófia na “era mono”?
Porque a bófia de Angola não imita – neste capitulo – a sua congénere de Cuba. Claro, não pode porque no caso de Angola tal significaria o cumprimento literal a vivo e a cores do “foto-drama” exibido pelo F8 que tanto furor levantou entre os corruptos incluindo os servidores dos mais distintos serviços secretos.
Cumprir a lei e fazer cumpri-la é a melhor garantia de manter a Segurança do Estado. Quem não cumpre a lei nem a faz cumprir põe inevitavelmente em risco a Segurança do Estado. “Não devemos ter medo do confronto, porque até os planetas se chocam e do resultado nascem as estrelas”. – C. Chaplin.
Nguituka Salomão