Luanda - Desde há algum tempo que venho notando coisas muito estranhas ao meu redor, desde movimentos de pessoas estranhas que me seguem de carro, depois do cair da noite, às ameaças directas, passando pelas calúnias e invenções de pessoas que deviam dar mostras de alguma idoneidade e responsabilidade.
Fonte: facebook
“MPLA quer matar-me por pensar diferente”
Há alguns dias tive que dormir em casa de pessoas amigas depois de ter sido alertado que estavam dois indivíduos (um negro e outro mestiço) à espera de mim (eram aproximadamente 22h00). Certamente não estavam à espera de mim para me oferecer rebuçados. Há cerca de 3 meses, a intuição (certamente o mudo conselho de Deus) disse-me que, ao chegar ao meu prédio, por volta das 23h00, e constatar que não havia luz, eu desistisse de subir os 4 andares que levam ao meu apartamento. Assim fiz e fui passar a noite numa unidade hoteleira. Soube, no dia seguinte, de fonte fidedigna, que os mesmos dois "companheiros" que colocaram "de serviço" para me vigiar e matar estavam lá naquela noite com o firme propósito de me assassinar.
Soube, entretanto, de informação segura vinda de alguém que trabalhos nos Serviços de Segurança (DISA, MINSE, SINFO ou SISE, ou o que quer que seja) que eu estava a ser seguido quase em permanência. Certamente não estrarei a ser seguido por alguém que pretende dar-me abraços fraternos.
Há alguns dias, o senhor governador de Cabinda, o General Mawete João Baptista, realizou uma reunião na sede do MPLA em Cabinda, na qualidade de primeiro secretário desse partido, e disse que eu o estava a incomodar muito, a meter-me na sua vida. Isso por causa das denúncias de má governação em Cabinda que eu venho fazendo com regularidade. Nessa reunião, o senhor Mawete disse que tinha dado orientações à tropa para tomarem medidas. Que outras medidas podem os militares tomar contra mim que não seja o assassinato? Acaso alguém se esqueceu que o Sr Mawete João Baptista, enquanto embaixador de Angola no Congo Democrático, foi autor do rapto e desaparecimento de opositores políticos ao regime do MPLA? Não sendo nada competente, do ponto de vista de gestão, terá havido outro motivo que ditou a indicação do sr. Mawete para governador de Cabinda senão a asfixia política, a intimidação, o assassinato e agora os graves desvios do erário público? Cabinda não tem luz, não tem água, não tem comida, falta gás de cozinha, estradas em condições, bens e serviços básicos... o atendimento hospitalar é mediocre, os desvios de dinheiro são a única coisa que cresce de forma vertiginosa. como não denunciar isso? No OGE para 2012, por exemplo, o Sr. Mawete inscreveu a verba de 700 mil dólares destinados à simples limpeza de um terreno onde se iria construir depois um hospital municipal. Quando questionei isso no Parlamento, não conseguiu dar resposta. Como deixar de denunciar isso?
Antes desta ordem para matar que ele proferiu na reunião de há alguns dias, meses atrás o Sr governador Mawete João Baptista, andou a falar aos 4 ventos que iria dirigir ou que tinha dirigido uma carta à Assembleia Nacional, em que me acusa de ter ido à Ponta Negra reunir-me com a FLEC. Ora vejam! Qual a intenção de levantar essas calúnicas se até são eles próprios (MPLA) que se encontram amiúde com a FLEC?
Será que o MPLA não consegue "desvincular-se" do espírito de partido único, da perseguição e do assassinatos dos adversários políticos, marchando rumo a uma verdadeira democracia? Querem mesmo continuar a fazer de Angola a quinta herdada da avó e partir para a eliminação física de todos quantos se oponham a essa forma de governar o país? Ainda não chegam as mortes de Ricardo Melo, Nfulupinga Nlandu Victor, para citar apenas estes?
Três certezas:
1. Deus está e estará sempre comigo, e vai defender-me desses comunistas malditos.
2 Só quem pensa que nunca vai morrer pode dar-se à satisfacção de esfregar as mãos de contente porque matou o Raúl Danda. Eu tenho pena desses assassinos que, se calhar, Deus nem lhes daria tempo de receberem o relatório da minha morte.
3. Venha o que vier, estarei sempre aqui na minha trincheira em defesa dos humildes, dos pobres, dos verdadeiros donos desta pátria, usurpada por meia dúzia de indivíduos. Ao lado deste grande povo, continuarei a lutar e a gritar "primeiro o angolano, segundo o angolano, terceiro o angolano, o angolano SEMPRE". Por cada Raúl Danda que assassinarem, tenham a certeza que nascerão outros cem.
Ninguém pode nada contra um POVO.
Raúl Danda