Luanda – Todos os detidos no decurso da manifestação anti-governamental de sábado em Luanda, foram libertados, disse à imprensa a Comandante Provincial da Polícia de Luanda, Elizabeth Rank Frank. A agência portuguesa Lusa contactou um dos organizadores da manifestação, Mário Domingos, que também chegou a ser detido e que confirmou a libertação dos detidos.

Fonte: Lusa

Mário Domingos disse terem sido 12, o número de detenções efetuadas sábado de manhã pela polícia nos arredores do mercado de São Paulo, palco da manifestação e um dos locais mais frequentados por vendedores ambulantes, convocada pelo Movimento Revolucionário Estudantil (MRE), a iniciativa visava protestar contra a candidatura de José Eduardo dos Santos nas eleições gerais de 31 de agosto.

Durante a manifestação, que os organizadores consideram ter sido autorizada por nada lhes ter sido comunicado em contrário, conforme a legislação angolana, a polícia deteve dois jornalistas, um da RTP e outro da Voz da América. O jornalista da RTP Isaac Manuel foi libertado cerca de uma hora depois da detenção, tendo o comandante da Divisão da Polícia do Sambizanga, superintendente Francisco Notícia, reconhecido ter-se tratado de um "mal-entendido".

Entretanto, a agência noticiosa Angop cita um comunicado da Polícia Nacional de Angola, que refere que um "grupo de indivíduos provocou pânico entre os transeuntes das áreas adjacentes ao mercado São Paulo, em Luanda, ao tentar realizar uma manifestação à força, sem a observância das mais elementares regras de civismo". "A polícia interveio, vendo-se obrigada a deter alguns elementos, entre os quais Mfuka Muzemba, presidente da JURA, posteriormente posto em liberdade", acrescentou a fonte.

No comunicado, a Polícia Nacional salienta que "um grupo de indivíduos maioritariamente trajados com camisolas pretas e com os dizeres 'Liberdade e democracia e 32 anos é muito', tentaram à força realizar uma manifestação sem que para tal tivesse observado as mais elementares regras de civismo, criando pânico entre os transeuntes das áreas adjacentes ao mercado de São Paulo".

"Em vésperas das eleições, a Polícia Nacional apela à direção dos partidos políticos e aos seus militantes para se absterem de práticas suscetíveis de perturbarem a ordem e segurança públicas e de criarem um clima de crispação e instabilidade", conclui a nota.