Luanda – O secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Rui Falcão, acusou esta quinta-feira, 09, a UNITA de estar a preparar para os próximos dias 12 e 28, "manifestações e arruaças" de perturbação da ordem pública. Essas acções, no caso da data de 28 de Agosto, realizar-se-iam a escassos três dias das eleições gerais.

Fonte: Lusa

"Naturalmente vamos seguir esses movimentos, sabendo de antemão que não nos revemos neles, e competirá aos órgãos competentes do Estado agir no estrito respeito pela lei e, se necessário, pela reposição da ordem e tranquilidade pública", frisou Rui Falcão durante numa conferência de imprensa realizada em Luanda.

No período de perguntas e respostas, Rui Falcão acrescentou que a UNITA "tem estado a arregimentar militantes no Andulo, Cunhinga e outras partes do território para a promoção de arruaças e escaramuças, e agressões a militantes do MPLA". Acrescentando que "temos vindo a denunciar isso há bastante tempo".

Segundo Rui Falcão, esta iniciativa da UNITA está a ser seguida, nos tempos de antena da campanha eleitoral em curso, pela coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) e pelo Partido da Renovação Social (PRS). "Começa a ser visível esse tipo de comportamento (...) mas como há provas materiais, que são os próprios tempos de antena, vamos remeter as queixas formais para os órgãos competentes do Estado", garantiu.

Relativamente à noticia veiculada na última edição do semanário Novo Jornal quanto à alegação de que o secretário-geral do MPLA, Julião Paulo "Dino Matross", teria recebido dinheiro para facilitar a subida de militantes ao Comité Central do partido, Rui Falcão classificou-a como "calúnia e difamação".

"A direção do partido analisou aquela difamação e vai repor quer por via directa do ofendido, quer se necessário naquilo que possa ter ofendido o partido, recorrer aos órgãos competentes do Estado", disse. "Os órgãos judiciais servem para isso mesmo", acrescentou.

Segundo o Novo Jornal, "Dino Matross" não vai continuar na secretaria-geral do MPLA a seguir às eleições, adiantando que uma decisão nesse sentido já terá sido decidida. "O que para nós é triste é que se aproveite o momento de campanha eleitoral para difamação, calúnia directa e ofensa à moral e integridade das pessoas. Isso é que é muito triste. Podiam com as provas que dizem ter recorrido aos órgãos competentes e promover o necessário processo", considerou. "É muito fácil fazerem o que fizeram agora", rematou.

Rui Falcão, que esteve acompanhado na conferência de imprensa pelo secretário do Bureau Político para os Assuntos Políticos e Eleitorais, João Martins "Jú" e pelo mandatário do MPLA nestas eleições, Carlos Alberto Ferreira Pinto, referiu-se ainda ao desafio lançado pelos líderes da UNITA, Isaías Samakuva, para um debate público com o cabeça-de-lista do MPLA, José Eduardo dos Santos. "Priorizamos o debate com os eleitores. Não vamos discutir com quem não tem ideias, com quem não tem projecto, com quem não tem sentido de estado", respondeu.

Rui Falcão desafiou a oposição a apresentar programas de governo e não, como caracterizou, "meras frases atiradas ao acaso no sentido de persuadir os mais incautos, os mais distraídos". Além de Samakuva, também o líder da coligação CASA-CE, Abel Chivukuvuku, desafiou José Eduardo dos Santos para debate público.

Antes do período de perguntas e respostas, Rui Falcão destacou que o MPLA tem feito uma campanha eleitoral "com elevação, urbanidade, civismo e respeito pela diferença". "Infelizmente não tem sido esse o diapasão de alguns partidos da oposição. É visível nos tempos de antena a recorrente distorção e manipulação de discursos do presidente do MPLA, por vezes na qualidade de Presidente da República, procurando atribuir-lhe práticas e actos que a própria sociedade considera como horrendos e condenáveis", acusou.

O secretário para a Informação do MPLA considerou que tais actos "lesam flagrantemente" o Código Eleitoral, razão pela qual o partido vai apresentar queixas junto da Comissão nacional Eleitoral e Procuradoria-Geral da República.