Luanda – A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou esta quinta-feira, 09, em Luanda a criação de um órgão de fiscalização dos tempos de antena dos partidos e coligações concorrentes às eleições do próximo dia 31 para "aferir a qualidade das mensagens". O anúncio da criação deste órgão foi feito no final da sessão plenária e justificada pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, com o alegado "uso indevido" dos tempos de antena por algumas formações políticas que transmitem mensagens e imagens "que perturbam a tranquilidade social".

Fonte: Lusa

Acusa oposição de distorcer discurso de JES

Segundo a agência Angop, aquele órgão de fiscalização vai "acompanhar a postura, actuação e divulgação dos programas divulgados, no que diz respeito à sua conformidade com a lei".

Júlia Ferreira disse ainda que os partidos e coligações que violem o Código de Conduta Eleitoral estão sujeitos a sanções, de que realçou a suspensão do espaço de antena, antecedido de uma advertência para corrigir.

O anúncio da CNE foi feito no mesmo dia em que numa conferência de imprensa, o MPLA, no poder desde 1975, acusou alguns partidos de oposição de "distorcerem e manipularem" intervenções do líder do partido, e Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Além daquelas acusações, o MPLA, pela voz do seu secretário para a Informação, Rui Falcão, acusou ainda os partidos UNITA e PRS e a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) de nos respectivos tempos de antena estarem a fomentar "a promoção de arruaças e escaramuças, e agressões a militantes do MPLA".

No caso da UNITA, Rui Falcão acusou designadamente o maior partido da oposição de, além de denúncias anteriores, estar nos seus tempos de antena "a manipular ex-militares" para "manifestações e arruaças" nos próximos dias 12 e 28, neste caso a escassos três dias das eleições gerais.