Segundo o presidente do partido, Carlos Leitão, o seu correligionário teve uma altercação à entrada de uma esquadra policial onde se encontrava detido um outro militante do mesmo partido a quem ía visitar.

O mote da confusão foi dado quando Mukuaseno foi, alegadamente, confrontado com a imposição de entregar uma certa quantia monetária para poder visitar o detido.
«Foi ali onde saiu a troca de palavras com o agente da Polícia mas quem dá a ordem de prisão é o agente do SINFO que estava a civil.»
Dada a constatação feita pelo advogado de supostos vícios graves do processo, Carlos Leitão disse não ter dúvida de que esta prisão reveste a forma velada de uma perseguição política.
Acresce a isso, segundo o político, o facto do juiz que condenou o seu representante legal no Moxico ser ao mesmo tempo o presidente da comissão executiva provincial para o processo eleitoral.

Além disso, o procurador já tinha rectificado a sua detenção ilegal, ordenando a libertação imediata, mas esta liberdade foi efémera já que no dia seguinte é convocado no Tribunal Provincial do Moxico, onde nunca supôs vir a ser julgado.
«O Sr. Ernesto é a voz que mais oposição faz à má governação e aos métodos totalitários aqui no Moxico e a estratégia está montada no sentido de ele estar detido nesta fase em que o partido parte para o combate de Setembro.»

Carlos Leitão também referiu-se a informações confirmadas pelo director da cadeia segundo as quais Mukuaseno e outros presos são diariamente perfilados completamente nús, uma acção que viola os direitos da pessoa humana.

«Vamos levar o nosso protesto publicamente, mostrar à opinião pública nacional e internacional que estamos a ir às eleições, o MPLA está em campanha e a oposição a ir para a cadeia.»

O PADEPA e o PRS são os partidos políticos mais acossados pelo regime no Leste de Angola, sendo inclusive os seus militantes vítimas de acções de agressão física brutal e destruição das suas infra-estruturas partidárias.

Fonte: VOA