Luanda – Era desconhecida do grande público, até Agosto de 2010, altura que foi  indicada para substituir Adão de Almeida como Porta- Voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) , instituição que já fazia parte como comissária indicada pelo MPLA, partido onde milita desde os seus 19 anos de idade.  Júlia de Fátima Leite da S. Ferreira reune  quase todos os requisitos   que o seu antesessor “porta-voz”: Jurista de formação, eloqüente e lealdade ao regime traduzida nas origens familiar. O seu pai foi um destacado funcionário da Presidência da Republica, Augusto Ferreira Neto.


Fonte: Club-k.net

As varias facetas da sua vida tornam-lhe comprometida e grata ao regime.  Foi bolseira do MPLA, em Portugal. Estudou direito pela Universidade Clássica de Lisboa e logo a seguir concluiu um mestrado que a tornou especialista em direito comercial.


Quando regressou a Luanda, o seu partido viu nela a figura com os predicados certos para lhe conferir responsabilidades que antes de mais requeriam a fidelidade partidária. Seria colocada na GEFI – Sociedade de Gestão e Participações Financeiras, a holding de negócios do MPLA. Era ela, a jurista que   nesta estrutura,  tratava as questões das sociedades comercias da Gefi. Fazia igualmente parte do Secretariado do BP do MPLA para os assuntos políticos sob alçada de João Martins, a figura que a escolheu para integrar a CNE.  É casada com um deputado do MPLA, Nuno Caldas Albino “Carnaval”, o secretário para o associativismo juvenil da JMPLA.


Faz parte da ordem dos advogados de Angola e ao mesmo tempo partilha a actividade  política com a docência Universitária. Lecionava Direito do Trabalho no Curso de gestão de Recursos Humanos da Universidade Lusíada de Luanda. Faz igualmente parte dos professores da Universidade Agostinho Neto. Os alunos descrevem-na como “uma boa professora”.


Júlia Ferreira é agora a figura do momento por  a dar o rosto pela  organização das  eleições de 2012  e  do  lançamento dos resultados. Não esta claro se a mesma  tem acesso ao centro de  Escrutinio Eleitoral  em Talatona, dirigido pelo general Rogerio Saraiva, da Casa Militar. Sabe-se apenas que ela faz a leitura dos resultados a partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), na baixa de Luanda.